Ponte 25 de Abril. “Podem ocorrer pequenos colapsos, mas não está em perigo”, diz Carlos Pina

O presidente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) disse hoje, durante a Comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas, que a Ponte 25 de Abril não está em risco de colapsar. No entanto, caso as obras não prossigam brevemente, o tráfego rodoviária pode vir a ser reduzido.

Carlos Pina foi esta terça-feira ouvido na Comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas, por requerimento do CDS, do PCP e do PSD, acerca de um relatório referente à necessidade de obras na Ponte 25 de Abril, tendo o responsável garantido que a ponte não está em risco de colapso, ainda que esta palavra tenha sido utilizada no relatório.

"A palavra 'colapso' é utilizada em termos de engenharia em vários contextos. Na Ponte 25 de Abril já se verificou o colapso nas zonas que têm as fissuras. Pontualmente, nas zonas onde tem fissuras já entrou em colapso. Aquilo que é referenciado neste relatório é que, além da situação pontual, pode ocorrer o colapso de algum elemento estrutural: um conjunto de pontos, uma chapa de aço que está colocada em cima de uma viga. É esse o colapso que está referenciado naquele parágrafo, onde é utilizada esta palavra", explicou o presidente da LNEC.

Contudo, apesar de haver riscos, a possibilidade destas ocorrências não evoluem “de imediato para uma situação gravosa para a ponte”, garantiu.

"Podem ocorrer pequenos colapsos, pequenos pormenores. Por exemplo, numa zona um parafuso estar menos apertado, sem pôr em risco a funcionalidade da obra", disse, adiantando que no caso de isto realmente acontecer, o “LNEC estará sempre a acompanhar o comportamento da obra para detetar comportamento anómalo".

De acordo com o presidente, caso as obras não se iniciem num "curto prazo", vão ter de ser adotadas "medidas de mitigação, como a redução do tráfego ferroviário". "As medidas podem passar por diminuição da dimensão dos comboios e reduzir o tráfego de mercadorias", afirmou Carlos Pina.

De forma a mitigar esses mesmos efeitos que possam ocorrer, irá “existir um plano de monitorização específico para o período da obra".

Esse plano – um cronograma – “prevê um ano para se iniciarem as obras e dois para as obras, "pelo que três anos, talvez um pouco mais se atrasarem um pouco as obras", concluiu.