Vasco Ribeiro. Quinto título nacional de surf à espreita e o foco na esperança de ir fazer companhia a Kikas

O surfista cascalense de 23 anos entra hoje em ação na Liga portuguesa de surf, mas lembra que para este ano há objetivos maiores. Conseguir preencher uma vaga entre a elite mundial de surf é a principal meta do atleta

Está tudo a postos para o início do Allianz Ericeira Pro, a etapa que marca o arranque da Liga MEO Surf 2018 – masculina e feminina -, a principal competição nacional de surf, onde se disputam os títulos de campeões nacionais. O início está marcado para as 9h30 desta sexta-feira, em Ribeira d’Ilhas, e conta com um número recorde de mais de 100 inscritos. No plano masculino, Vasco Ribeiro, atual campeão nacional em título e vencedor das edições de 2011, 2012 e 2014, é o claro favorito ao troféu, mas, em conversa com o i, lembra que este ano a prioridade está em voos maiores. Contudo, o surfista cascalense destaca a relevância que o formato da Liga portuguesa da modalidade, “que é exatamente igual aos campeonatos internacionais”, assume para os surfistas portugueses e salienta a competitividade presente na prova lusa – fatores que, na perspetiva de Vasco Ribeiro, colocam a competição portuguesa como uma escola essencial para todos os surfistas da casa. 

O presidente da ANS, Francisco Simões Rodrigues, disse em entrevista ao i [edição de ontem] que esta edição da Liga poderá ficar marcada “pelo início de um embate entre duas gerações”: de um lado, a geração de Vasco Ribeiro, e, do outro, a mais jovem, a geração de Afonso Antunes. Concorda?

Claro que sim. A nova geração está muito forte e tem miúdos muito bons. Acho que pode ser um ano muito interessante em que os miúdos mais novos começam a passar mais heats e a causar mais derrotas. Pode ser giro.

Como antevê a sua participação na Liga?

Aproveitar a Liga para treinar e manter o nível de surf e o nível competitivo. Se for possível, quero revalidar o título e alcançar o quinto título nacional.

No último ano não conseguiu entrar a vencer nesta primeira etapa, que também decorreu na Ericeira, em Ribeira d’Ilhas. O primeiro lugar fugiu para o Tiago Pires que, além de surfista da casa, é também o seu mentor. O Saca deu-lhe alguma dica?

Não, não. Os conselhos que o Tiago [Pires] me dá são mais a nível competitivo e não tanto sobre a onda, porque ele também está a competir e eu também já conheço a onda muito bem. Já são muitos anos a competir ali; portanto, os conselhos são mais a nível tático.

A última vez que venceu em Ribeira d’Ilhas foi em 2014. Qual a sua relação com as ondas desta praia?

É boa, é uma onda de que gosto muito e onde me sinto muito à vontade.

Como lida com o estatuto de claro favorito ao título?

Lido de uma forma muito normal. Já são muitos anos na Liga e é um sítio onde me sinto muito confortável a competir, em casa, perto dos meus amigos e família. Portanto, essa questão da pressão acaba por desaparecer e é mais para aproveitar ao máximo.

Vê a Liga como um “campo de treino” que o ajuda para as competições internacionais?

Claro que sim. Com todo o nível que a Liga tem, e um formato que é exatamente igual aos campeonatos internacionais, é sempre bom ter em Portugal um circuito com tanto nível para poder manter o ritmo e treinar para as etapas dos circuitos internacionais.

A possibilidade de alcançar o quinto título nacional este ano é algo que lhe ocupa os pensamentos?

Não, infelizmente não. [risos] Não é o meu objetivo principal. Obviamente que ia ficar muito contente, e é sempre bom e sabe sempre muito bem, mas os meus principais objetivos não passam de todo por aí, nem o meu foco. Seria mais um bónus do que outra coisa.

As energias já estão todas concentradas nas competições que lhe permitam poder fazer companhia, no próximo ano, ao Frederico Morais entre a elite mundial do surf?

Claro! Esse é o meu principal objetivo.

Mas o campeão da Liga pode arrecadar o wild card [para participar na etapa do Mundial de Surf em Peniche]. Esse bónus fá-lo atribuir mais relevância à Liga?

Faz, claro! Ter oportunidade de competir em Peniche é bom, mas também não é tudo. [risos]

É uma das caras principais do surf nacional hoje em dia. O que diria aos mais jovens que pretendem seguir este percurso?

O conselho que dou é que se esforcem, que aproveitem, que nunca desistam dos seus sonhos, mas, acima de tudo, que se divirtam muito!