Síria. O mundo reage aos ataques do Ocidente

Vários líderes mundiais já reagiram ao ataque dos EUA, realizado esta madrugada em conjunto com o Reino Unido e a França, contra o regime de Bashar al-Assad (Em atualização)

Síria. O mundo reage aos ataques do Ocidente

"Tenho seguido de perto os relatos sobre ataques aéreos na Síria conduzidos por Estados Unidos, França e Reino Unido. Há uma obrigação, em particular quando se lida com questões de segurança, de agir de forma consistente com a Carta das Nações Unidas e lei internacional no geral. (…) O Conselho de Segurança é o principal responsável e os membros devem manter-se unidos e exercer a sua responsabilidade. (…) A Síria representa de facto, nos dias de hoje, a ameaça mais séria à paz e segurança internacional. Apelo a todos os Estados Membros para que mostrem contenção nestas circunstâncias perigosas e evitem atos que possam fazer escalar a situação e agravar o sofrimento do povo sírio”, António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas

“O Canadá apoia a decisão dos Estados Unidos, Reino Unido e França de agir para debilitar a capacidade do regime de Assad de usar armas químicas em ataques contra a sua própria população”, Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá

O ataque contra a Síria é "uma mensagem importante dirigida ao eixo do mal constituído pelo Irão, pela Síria e pelo [movimento fundamentalista xiita libanês] Hezbollah", Yoav Galant, ministro da Construção israelita e membro do gabinete restrito de segurança

"O ataque desta madrugada contra a Síria é um crime e declaro que o Presidente americano, o Presidente francês e a primeira-ministra britânica são criminosos", mas "não conseguirão nada e não retirarão qualquer benefício" deste ataque, Ayatollah Ali Khamenei, guia supremo iraniano

EUA e aliados são “responsáveis pelas consequências regionais desta ação aventureira (…) uma clara violação das leis internacionais”, ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão

 “Apoio as ações levadas a cabo por Estados Unidos, Reino Unido e França. Vão reduzir a capacidade do regime para tornar a atacar a populacão da Síria com armas químicas”, Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO

“Os bombardeamentos dos EUA, França e Reino Unido tornam claro que o regime sírio junto com a Rússia e Irão não podem continuar com esta tragédia humana, pelo menos não a todo o custo. A União Europeia vai ficar ao lado dos seus aliados do lado da justiça”, Donald Tusk, presidente do Conselho da Europa

"O povo da Síria já teve de sobreviver a seis anos de ataques devastadores, incluindo com armas químicas, muitos deles crimes de guerra. Devem ser tomadas todas as precauções para minimizar o risco de ferir civis em qualquer ação militar. Pessoas que já vivem com o medo de perder as suas vidas em ataques ilegítimos não podem ser ainda mais penalizadas por alegadas violações do governo sírio”, Raed Jarrar, diretor para o Médio Oriente e Norte de África da Amnistia Internacional USA 

“Apoiamos o facto de os nossos aliados terem assumido as suas responsabilidades. A intervenção militar foi necessária e apropriada”, Angela Merkel, chanceler alemã

“Portugal compreende as razões e a oportunidade desta intervenção militar. O regime sírio deve assumir plenamente as suas responsabilidades. É inaceitável o recurso a meios e formas de guerra que a humanidade não pode tolerar”, Ministério dos Negócios Estrangeiros

"O uso de armas químicas é inaceitável e deve ser condenado nos seus termos máximos. A comunidade internacional tem de identificar e responsabilizar quem levou a cabo os ataques químicos", Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia

Resposta dos EUA, Reino Unido e França foi "legítima e proporcionada". "Um ataque com armas químicas é um crime contra a humanidade. Os responsáveis por este e outros ataques anteriores devem ser levados à justiça", comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol

"O uso de armas químicas é absolutamente inaceitável e deve ser investigado. Este ataque não resulta de nenhum apuramento real e foi feito à margem das Nações Unidas. Faz parte da escalada de militarismo internacional que vem opondo os EUA e a NATO a outras potências e de que Portugal se deve distanciar claramente", Comissão Política do Bloco de Esquerda

"Qualquer ação militar unilateral sem o aval do Conselho de Segurança é contrária aos propósitos e princípios da Carta da ONU e viola os princípios e normas básicas do direito internacional", Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês

Egito teme "as consequências para a segurança do povo sírio e a ameaça aos entendimentos já alcançados", comunicado do Minstério dos Negócios Estrangeiros egípcio

"A Bélgica condena veementemente a utilização de armas químicas pela Síria e compreende a ação conjunta dos Estados Unidos, da França e do Reino Unido", Charles Michel, primeiro-ministro belga

"AArábia Saudita dá o seu pleno apoio aos ataques lançados pelos Estados Unidos, a França e o Reino Unido na Síria, porque eles constituem uma resposta aos crimes do regime", Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita

Ministério dos Negócios Estrangeiros iraquiano diz que estes ataques contra a Síria são "uma oportunidade para o terrorismo se desenvolver", depois de ter sido combatido no Iraque e reprimido na Síria

“Bombas não salvam vidas nem trazem paz (…) Este ataque é questionável. Theresa May devia ter ouvido o Parlamento e não ter seguido Donald Trump”, Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista britânico

"Portugal já manifestou pelo seu Governo a compreensão para com a razão e a oportunidade da intervenção de três amigos e aliados, limitada a estruturas de produção e distribuição de armas estritamente proibidas pelo direito internacional e cujo uso é intolerável e condenável", Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República

"O PCP repudia a posição do Governo português e considera que, no respeito pela Constituição da República, Portugal se deve demarcar deste inaceitável ato de agressão, pugnar pelo fim da agressão à Síria e apoiar as iniciativas em curso para o diálogo e a paz", comunicado do Partido Comunista Português

"De uma maneira humilde, mas absolutamente firme condenamos a ação de guerra promovida pelo imperialismo e seus sequazes contra o povo sírio", Diosdado Cabello, vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela

"Condenamos veementemente os ataques químicos contra civis. O uso de armas químicas representa mais uma inaceitável violação do direito internacional pelo regime sírio. A solução política só podia ser desencadeada por uma ação assertiva e determinada de Estados que, como Portugal, respeitam as normas, regras, leis e instituições da ordem internacional", comunicado do Partido Social Democrata

"O regime percebeu que os seus ataques crescentes dos últimos dias contra dissidentes […] não ficam sem resposta (…) Seria impensável que estes ataques desumanos realizados pelo regime ficassem sem resposta. Pensamos que a operação foi adequada. Pensamos que a sensibilidade demonstrada em relação ao ataque químico também devia ser demonstrada em relação às centenas de sírios inocentes massacrados com as armas convencionais do regime", Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia

Joana Marques Alves, Marta F. Reis e André Vinagre