Síria. “Portugal compreende as razões e a oportunidade desta intervenção militar”

Comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros

Síria. “Portugal compreende as razões e a oportunidade desta intervenção militar”

O Ministério dos Negócios Estrangeiros português já reagiu aos ataques desta madrugada contra a Síria, referindo que “Portugal compreende as razões e a oportunidade desta intervenção militar”.

“O ataque desta madrugada a capacidades de armamento químico da Síria foi conduzido por três países amigos e aliados de Portugal, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido. Foi uma operação militar circunscrita, cujo objetivo foi infligir danos à estrutura de produção e distribuição de armas que são estritamente proibidas pelo direito internacional”, refere o comunicado enviado à redação.

“Portugal compreende as razões e a oportunidade desta intervenção militar. O regime sírio deve assumir plenamente as suas responsabilidades. É inaceitável o recurso a meios e formas de guerra que a humanidade não pode tolerar”, acrescenta o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

No entanto, Portugal pede que se evite uma “escalada no conflito”, que poderá gerar “mais insegurança, instabilidade e sofrimento na região”. “Como o Secretário-geral das Nações Unidas e a União Europeia têm repetidamente insistido, todas as partes devem mostrar abertura para investigações independentes que possam apurar e punir responsabilidades por crimes de guerra; e devem mostrar contenção no uso da força e empenhamento na procura de uma solução política, negociada e pacífica, para o conflito na Síria, que representa hoje uma muito séria ameaça à paz e segurança no mundo”, refere o comunicado.

Recorde-se que, esta madrugada, os EUA, apoiados pela França e o Reino Unido, bombardearam alvos em território sírio, numa ofensiva que, segundo as autoridades norte-americanas, se tratou num “ato único” para destruir locais essenciais à produção e armazenamento de armas químicas.

Este ataque surge na sequência de um ataque com armas químicas alegadamente perpetrado pelo regime sírio. O governo de Assad já negou qualquer envolvimento neste ataque e a Rússia pediu a membros da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) que fossem ao terreno perceber o que se passou. Este ataque dos EUA e seus aliados surge no dia em que a OPAQ ia começar os trabalhos no terreno.