Vendaval em França não verga Susana Ribeiro

Susana Ribeiro teve uma prestação de trás para a frente no Terre Blanche Ladies Open, em França, mas a ventania que se sentiu em Tourrettes forçou a organização a cancelar a última volta, impedindo a portuguesa de continuar a sua recuperação.

Mesmo assim, a tricampeã nacional terminou este torneio de 40 mil euros em prémios no 31.º lugar, com 149 pancadas, 5 acima do Par, após voltas de 77 e 72. 

O Terre Blanche Ladies Open é a prova que tradicionalmente inaugura a época no Ladies European Tour Access Series (LETAS), a segunda divisão do golfe profissional feminino, costuma atrair um forte lote de inscritas e até já foi ganho pela luso-francesa Caroline Afonso.

As coisas nem começaram bem para Susana Ribeiro, naquela primeira volta de 77 (+5) em que somou 6 bogeys e só converteu 1 birdie no buraco 18.

“No primeiro dia a única parte que falhou no meu jogo foi o putt. Fiz cinco greens a 3 putts. Sabia que no segundo dia tinha que fazer um bom resultado para manter-me em prova, mas também sabia que era capaz de fazê-lo, faltava-me apenas um bocadinho de sorte nos greens”, disse à Tee Times Golf a profissional do Skip Golfe.

No grupo das 73.ª classificadas, entre 123 jogadoras, a portuguesa estava a 2 pancadas do cut provisório e tinha uma tarefa dura pela frente no segundo dia.

Pior ainda ficou quando a segunda volta também não começou da melhor maneira. Saiu do buraco 10 e apesar de 1 birdie cedo no 13, somou 2 bogeys consecutivos no 14 e no 15.

Nessa altura as suas chances pareciam remotas, estava longe do cut, e um 3.º bogey do dia no buraco 1 não ajudou. Só que, entretanto, as outras jogadoras em campo também desataram a perder pancadas.

Num assomo de orgulho, sem se deixar abater, Susana Ribeiro arrancou 2 birdies nos buracos 4 e 5 para passar o cut, no grupo das 31.ª classificadas, afinal, bem mais à vontade do que pensava, com +5, dado o cut ter-se fixado em +6.

“Na realidade, só soube no meu buraco 18 (o 9 do campo) que o cut provisório estava em +6. Sinceramente, durante a volta não pensei muito no cut. Tentei dar o meu melhor, procurei dar bons shots, colocar a bola mais perto do buraco no shot ao green e tentei fazer birdies. Mas sempre pensei que seria provável o cut ficar nas +5”, contou.

No final dessa segunda jornada, Susana Ribeiro manifestou a sua satisfação nas redes sociais: “Feliz pela forma como lutei hoje. Consigo a presença no último dia. Amanhã vou dar o meu melhor para subir na tabela novamente”.

Infelizmente, o mau tempo não permitiu essa recuperação. “O último dia esteve mesmo muito difícil. Houve rajadas de 60 km/h, foi muito difícil colocar a bola no green e por vezes era muito complicado salvar o Par. A minha formação foi a única a terminar a volta, mas antes, quando estávamos no último buraco, a prova foi suspensa por uma hora e meia. Voltámos, terminámos e logo a seguir o dia foi cancelado porque uma árvore quase caiu em cima de um voluntário e a Comissão Técnica decidiu que não era seguro continuarmos em campo”, explicou.

O resultado após a segunda volta passou a funcionar como a classificação final e a tricampeã nacional manteve o 31.º posto, que lhe valeu um prémio monetário de 405 euros.

Depois de três meses a treinar e com raras competições de preparação para o LETAS de 2018, Susana Ribeiro saiu de França com a sensação de dever cumprido, ao passar o cut numa prova em que quase tudo pareceu correr mal, até porque a sua única participação anterior no Terre Blanche Ladies Open, em 2016, tinha-se saldado por uma eliminação aos 36 buracos.

A portuguesa ainda enfrentou outro contratempo quando o seu voo para Portugal foi adiado para o dia seguinte, mas nem por isso deixou de apreciar a passagem pelo Golf de Terre Blanche: “O campo é certamente um dos melhores onde já joguei. Tem excelentes condições de prática e o campo em si foi bem desenhado e é desafiante. Os greens estavam bastante rápidos e duros, com inclinações que tornam as coisas mais difíceis”.

O Terre Blanche Ladies Open foi conquistado pela pela norueguesa Marita Engzelius, de 30 anos, que assinou voltas de 67 e 69, para um agregado de 136 pancadas, 8 abaixo do Par.

A jogadora de 30 anos bateu a sueca Emma Nilsson (69+70) por 3 e embolsou 6.400 euros pelo seu primeiro título de carreira no LETAS. A norueguesa só uma vez passou pelo Açores Ladies Open, em 2013, no Clube de Golfe da Ilha Terceira, onde foi 17.ª classificada.

O próximo torneio do LETAS é o VP Bank Ladies Open, de 40 mil euros em prémios monetários, no Gams-Werdenberg Golf Club, na Suíça, de 4 a 6 de maio, onde Susana Ribeiro tem entrada direta garantida.

Hugo Ribeiro/Tee Times Golf