Morre Dona Ivone Lara, ícone do samba brasileiro

Aos 97 anos, a primeira mulher a fazer samba-enredo numa escola, morreu esta segunda-feira na sequência de complicações cardiorrespiratórias

O samba tem a sua própria família real, o seu sangue azul, e entre as rainhas estava Dona Ivone Lara. Na noite de ontem a cantora morreu. Estava internada num hospital na zona sul do Rio de Janeiro desde a última sexta-feira, dia em que completou 97 anos. Segundo o site de notícias G1, ela padecia de anemia, tendo recebido doações de sangue.

Dona Ivone nasceu a 13 de abril de 1921, em Botafogo, no Rio. Perdeu os pais muito nova, mas não sem que antes lhe deixassem a música como um sentido para a vida. Criada pelos tios, não perdeu muito tempo com as bonecas, antes aprendeu a tocar cavaquinho e o amor pelo germinou daí. Ainda se formou em Enfermagem, trabalhou como assistente social até 1977, mas depois os males de sáude e tornou-se profissional da grande alegria: a música. Casou com Osacr Costa, presidente da escola de samva Prazer da Serrinha e teve dois filhos. 

Considerada a "Dama do Samba", foi a primeira mulher a fazer samba-enredo numa escola, o "Cinco Bailes da História do Rio", em 1965. As suas composições foram gravadas por intérpretes como Clara Nunes, Clara Nunes, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paula Toller, Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Mariene de Castro e Roberta Sá e Dorina. Entre os seus sucessos contam-se "Sonho Meu", "Sorriso Negro" e "Alguém me avisou".