Bloco Central empobrece democracia, diz Costa

O primeiro-ministro defende que a ideia de um bloco central que junte os dois maiores partidos empobrece a democracia. Já o líder do principal partido da oposição afirma querer construir um programa de eleitoral de Governo de forma cadenciada.

"A ideia de bloco central empobrece e fragiliza a democracia", afirmou António Costa, uma vz que os cidadãos deixam de poder escolher entre duas alternativas, de continuidade ou de mudança.

Segundo o secretário-geral do PS, num sistema partidário como o português, "que tem dois partidos fundamentalmente como pivots de soluções governativas, a pior forma de comprometer a possibilidade de existência de alternativas é [ter] soluções de governo que envolvam esses dois partidos”.

Para o primeiro-ministro, uma solução de bloco central "limita necessariamente a possibilidade de construção de alternativas e de escolha por parte dos cidadãos" e “como regra normal de funcionamento da democracia, é bom que em cada eleição os cidadãos possam decidir votar pela continuidade ou votar pela mudança".  

A possibilidade de os cidadãos escolherem a continuação ou a mudança de política "é algo essencial" para manter "uma democracia que seja viva porque os cidadãos sabem que se não gostarem desta solução do governo têm uma solução de governo alternativa", salientou durante um evento em Lisboa.

Por seu lado, o presidente do PSD afirmou que a construção de uma solução de governo alternativa deverá ser cadenciada e com o contributo de várias gerações.

Rui Rio, à entrada da primeira reunião do Conselho Estratégico Nacional (CEN), em Coimbra, revelou que os social-democratas pretendem “ter soluções ter soluções e começar a construir um programa eleitoral de Governo", mas "não à pressa".  

Segundo o presidente do PSD, o objetivo do CEN é ser “um novo espaço de militância, no qual os portugueses tenham um partido político em que "possam militar em razão dos temas de que mais gostam e não exclusivamente naquelas coisas muito partidárias que pouca gente gosta".

Para este órgão, acrescentou, houve um "esforço em conciliar pessoas mais experientes, com mais ponderação, e, por outro lado, pessoas mais jovens, com mais ambição, mais vontade". Isto porque, diz, é “assim que uma sociedade evolui, na conjugação das gerações, em harmonia com o passado, presente e futuro, não é com ruturas geracionais".