Grécia com excedente primário de 4% duplica objetivos fiscais

Programa de resgate a Atenas deverá terminar em agosto

A Grécia duplicou os objetivos fiscais definidos pelos credores para 2017, ao alcançar um excedente primário de 4% do Produto Interno Bruto (PIB).

O dado enviado pela agência de estatística grega (ELSTAT) ao Eurostat é um pouco diferente daquele que se aplica ao cálculo no âmbito do programa de assistência financeira assinado com os credores, que deverá terminar em agosto e estará entre os 3,5% e 3,7% do PIB.

O objetivo inicial do excedente primário – exclui pagamento de juros da dívida – acordado entre a Grécia e os credores – Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE), Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) – era de 1,75%.

Também o excedente orçamental em 2017 – 0,8% do PIB – ultrapassou o objetivo de um défice de 1,2% e a dívida desceu para para 178,6% do PIB, contra 180,8% em 2016. Assim, no ano passado, a Grécia foi, pelo terceiro ano consecutivo, para além dos objetivos do programa de resgate, graças principalmente ao aumento de impostos e a uma gestão austera do Estado.

Daí que pareça bem encaminhada uma das questões do mandato de Mário Centeno à frente do Eurogrupo. O ministro das Finanças de Portugal tinha anunciado no início de março a conclusão bem-sucedida da terceira e penúltima revisão do programa, que abriu caminho ao desembolso de 5,7 mil milhões de euros para Atenas, no final do mês.

Em agosto a Grécia deverá concluir o seu terceiro programa de ajuda externa e a Europa ficar enfim sem “resgates” em curso.

De acordo com Mário Cenento, o verão deverá ficar marcado pelo “processo de saída da Grécia, cujo faseamento tem sido um sucesso”.