Banca prevê aumento da procura de crédito no segundo semestre

Instituições financeiras confiantes em relação à subida da procura de empréstimos para a compra de casa

A maioria dos bancos prevê um aumento da procura de crédito no segundo trimestre, período durante o qual os critérios de aprovação de empréstimos se deverão manter. 

“Para o segundo trimestre de 2018, a generalidade das instituições não antevê alterações nos respetivos critérios de aprovação de crédito concedido a empresas e a particulares”, revela um inquérito do Banco de Portugal (BdP) a cinco bancos sobre o mercado de crédito.

Dos cinco bancos, três preveem um “aumento da procura de crédito por parte das empresas e três instituições preveem um ligeiro aumento da procura em ambos os segmentos do crédito a particulares”.

No primeiro trimestre de 2018, os critérios de concessão de crédito a empresas e a particulares mantiveram-se, de um modo geral, sem alterações. De acordo com o BdP, as alterações na oferta de crédito foram justificadas pelos bancos com “pressões da concorrência e melhoria na perceção de riscos”.

Entre os cinco bancos sondados, três preveem que a procura de crédito pelas famílias – para a compra de casa e para consumo e outros fins – aumente neste trimestre. Um outro banco aponta também para este cenário, mas apenas no crédito à habitação. Ou seja, quatro dos cinco bancos inquiridos pelo BdP estão confiantes em relação ao aumento da procura de empréstimos para a compra de casa.

De recordar que em fevereiro houve várias instituições financeiras que reduziram os spreads no crédito à habitação. Por exemplo, a Caixa Geral de Depósitos, que há três anos mantinha a taxa de juro, começou o ano com uma campanha na qual oferecia um spread promocional de 1,60%, inferior aos 1,75% que constavam da sua oferta-base. E em fevereiro baixou-o para 1,50%, igualando o spread de BPI e Novo Banco.

Aumento das comissões Mas enquanto os spreads baixam, as comissões aumentam, inclusive nas contas-base. Estas incluem os serviços de custo da manutenção da conta e um cartão de débito, bem como algumas operações financeiras: depósitos, levantamentos (máximo de três ao balcão por mês), pagamentos de bens e serviços, débitos diretos e transferências intrabancárias nacionais no valor da comissão única. Estas contas foram recomendadas há três anos pelo BdP, são 12 os bancos que as disponibilizam e o valor médio cobrado é de 5,63 euros.

BPI, Santander Totta e BBVA são as instituições financeiras que decidiram aumentar a comissão que cobram na oferta destas contas. No BBVA, a despesa mensal passou dos iniciais 6,24 euros para os atuais 9,10 euros.
Já o BPI aplica uma comissão de 6,50 euros, que compara com os 6,24 euros iniciais, enquanto o Santander Totta elevou esta despesa em 0,32%, de 5,51 euros para 5,53 euros. As restantes instituições aplicam a mesma comissão desde o início.