Ricardo Melo Gouveia na China para atacar o top-100 europeu

Ricardo Melo Gouveia foi o último jogador a entrar diretamente no Volvo China Open e será o único português no torneio do European Tour que se disputa até ao próximo Domingo no Topwin Golf & Country Club, em Pequim, distribuindo 2,6 milhões de euros em prémios monetários.

O atleta olímpico português regressa a um campo onde foi 36.º (-6) no ano passado com razões para estar confiante, mas com a consciência de necessitar de melhorar o seu jogo no green.

«Falhei muitos putts de 3 metros para dentro, tanto numa semana como noutra», referiu ao Tee Times Golf, depois de duas semanas seguidas em torneios exigentes nos Opens de Espanha e de Marrocos.

Depois de ter estado parado um mês, por não ter tido entrada direta no Masters e em dois torneios do World Golf Championships, Ricardo Melo Gouveia regressou ao European Tour há três semanas em forma e fez-lhe bem ter vindo entretanto a Portugal recuperar energias, ver a família, os amigos e treinar um pouco.

«A nível do jogo, estive bastante semelhante em ambos os torneios, com um bom jogo comprido», analisou. E as suas classificações foram parecidas, embora os resultados tenham sido bastante distintos.

No Open de España, de 1,5 milhões de euros, ficou no grupo dos 52.º classificados, com 281 pancadas, 7 abaixo do Par do Centro Nacional de Golf, em Madrid, entregando cartões de 69, 70, 72 e 70, que lhe renderam 5.700 euros.

No Troféu Hassan II, de 2,5 milhões de euros, foi 59.º empatado, com 295 pancadas, 7 acima do Par do Red Course do Royal Golf Dar Es Salam, em Rabat, apresentando scores de 73, 73, 75 e 74, que lhe valeram 7.125 euros.

A discrepância de uma classificação semelhante (52.º e 59.º) para resultados tão díspares (-7 e +7) explica-se pela dificuldade superior do percurso marroquino, tradicionalmente complicado mas este ano ainda mais.

«Em Madrid, tivemos um campo bastante aberto com pouco rough. As temperaturas estiveram muito baixas, houve chuva e algum vento. Em Marrocos apanhámos bastante melhor tempo e o campo muito exigente do tee ao green. Este ano fomos surpreendidos com greens totalmente modificados, numa tentativa de dificultar ainda mais o percurso, mas infelizmente não correu bem. Havia lombas bastante significativas e isso fez com que o diretor de torneio se visse forçado a colocar os tees, especialmente dos pares 3, literalmente das marcas das senhoras, para que fosse um teste justo para todos», informou o jogador do Team Portugal.

Daí que o espanhol Jon Rahm tenha ganho em Madrid com um resultado espetacular de 268 (-20), enquanto em Rabat o francês Alexander Levy se tenha sagrado campeão com apenas 280 (-8).

O aspeto positivo mais importante deste regresso de Ricardo Melo Gouveia ao European Tour é o de ter mantido a regularidade de passar cuts, algo que lhe tinha faltado na última época e uma das suas principais características quando se sagrou n.º1 do Challenge Tour em 2015.

Com efeito, o profissional da Quinta do Lago leva agora cinco cuts consecutivos superados, algo que não fazia desde julho de 2016. E a sua tradicional capacidade de luta tem vindo de novo ao de cima.

No Open de Espanha melhorou 8 posições na última volta e quatro dias depois, no Troféu Hassan II, protagonizou uma grande recuperação. A sua primeira volta começou desastrosa, perdendo 4 pancadas nos 3 primeiros buracos, mas depois estancou os erros e ainda fez três birdies, incluindo nos dois últimos buracos!

O aspeto negativo mais importante destas duas semanas é que jogar os quatro dias de prova, embora possa ser financeiramente compensador com as receitas a superarem apesar de tudo as despesas, não é suficiente para entrar no top-100 da Corrida para o Dubai. É preciso arrancar top-20’s e top-10’s.

Depois do Open de Espanha o português residente em Londres ainda subiu um lugar, para o 113.º posto, mas saiu de Marrocos com menos 5 posições, no 118.º lugar. E em termos de ranking mundial, com a descida para 406.º, como muito bem salientou o jornalista e escritor Joel Neto no jornal O Jogo, «trata-se da primeira vez em cinco anos que Portugal não tem qualquer jogador no top 400».

Com Tee Times Golf