Otorrino. Santa Maria sem novos internos, mas atuais ficam

Ordem esclarece que o serviço não perdeu idoneidade formativa

O conselho regional do sul da Ordem dos Médicos esclareceu ontem que o serviço de otorrinolaringologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, não perdeu a “idoneidade formativa”, o que implicaria a transferência de todos os internos em formação para outros hospitais por falta de condições. Após a denúncia de problemas, foi apenas decidido não atribuir novas vagas para os médicos que iniciam este ano a formação na especialidade, mas os atuais vão manter-se. Ao todo há 13 internos a fazer esta especialidade no hospital.

Em comunicado, o conselho regional do sul da Ordem dos Médicos referiu ontem ter tomado conhecimento, através de duas cartas, da existência de constrangimentos no serviço de otorrinolaringologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte. O organismo diz que uma das cartas, anónima, se revelou falsa. Foi criada uma comissão que ouviu todos os internos em formação específica e 16 dos 17 especialistas do serviço e produziu um relatório. O documento “reconhecia a existência de alguns constrangimentos internos de características transitórias e passíveis de serem ultrapassados. Tendo sempre como objetivo central os superiores interesses da população e a defesa intransigente da saúde dos cidadãos e dos seus direitos, foi decidida a não atribuição de vagas para a realização do internato desta especialidade, a iniciar em 2019”, lê-se no comunicado que, contudo, esclarece que esta decisão não deve ser confundida com a retirada de idoneidade. “Limita-se apenas a não abrir vagas para novos internos de formação específica, e apenas para o próximo ano, dando assim tempo a que, com serenidade e bom senso, se possam ultrapassar as dificuldades reconhecidas.”