Estado recebe 2,85 milhões no terceiro leilão de madeira ardida

No terceiro leilão de madeira ardida, o Estado vendeu 52 dos 114 lotes levados a hasta pública

O Estado arrecadou ontem 2,85 milhões de euros no leilão de madeira ardida proveniente de matas nacionais e perímetros florestais sob gestão do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), ocorrido em Viseu.

A hasta pública foram levados 114 lotes de madeira, que incluem um total de 1 214 726 árvores, 1 169 870 das quais queimadas nos incêndios do ano passado – de espécies como pinheiro-bravo, acácia, eucalipto, pinheiro-manso e silvestre, carvalhos e castanheiros. O conjunto dos lotes – dos quais foram vendidos 52 – tinha como valor-base total 4,443 milhões de euros. A madeira provém de localidades como Pedrógão, Leiria, Urso, Quiaios ou Vagos.

Segundo a Lusa, entre os lotes mais concorridos estiveram três da Mata Nacional de Leiria – de onde provinham 15 dos lotes em leilão, dos quais seis foram vendidos. O lote que ascendeu ao valor mais alto foi vendido por 450 mil euros e tinha 9692 pinheiros.

O leilão com madeira queimada pelos fogos ontem organizado foi já o terceiro, num processo em que, como disse ao i o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, o governo espera receber entre 25 e 35 milhões de euros, valor destinado ao investimento na floresta pública.

Parte dos lotes leiloados ontem em Viseu – naquele que foi, até agora, o leilão mais amplo do processo – já tinha estado em hasta pública nos dois leilões anteriores. Esperam-se para o futuro várias outras hastas públicas, “cujo processo de marcação está em curso”, informou ontem o ICNF em comunicado.

No leilão ontem realizado, do Instituto Português da Juventude, foram admitidas 55 empresas.

Quanto à degradação da madeira, essa não é, para já, uma preocupação. A garantia foi dada pelo presidente do ICNF, Rogério Rodrigues, numa reportagem da TVI. Ainda assim, o responsável admitiu que a madeira entrará em estado de degradação dentro de dois meses.

Os incêndios de junho e outubro provocaram a morte a 115 pessoas e feriram 323. Às perdas humanas e florestais juntam-se danos materiais como a destruição de mais de meio milhar de casas e mais de 500 empresas.