Incêndios de Pedrógão Grande: sete arguidos por crimes como homicídio por negligência

PGR confirma ter recebido documento da Autoridade Nacional de Proteção Civil em novembro, que passou a estar em segredo de justiça. Comunicado do DIAP de Leiria revela as últimas diligências no processo

O Ministério Público confirmou hoje que, depois de a Autoridade Nacional de Proteção Civil ter entregue o relatório da auditoria interna realizada sobre os incêndios de Pedrógão, o documento foi junto aos autos, sendo que o inquérito permanece em segredo de justiça.

Questionada pelo i sobre se o documento foi solicitado pela investigação ou submetido por iniciativa do governo, a PGR não respondeu diretamente, remetendo para um comunicado divulgado hoje pela Procuradoria-Geral Distrital de Coimbra, que confirma apenas que o relatório da auditoria está em segredo da justiça.

O comunicado publicado pelo DIAP de Leiria na sequência da notícia de hoje do "Público" esclarece ainda que entretanto o inquérito tem já sete arguidos – em meados de abril eram apenas dois, disse na altura ao i a PGR.

No novo ponto de situação, o MP refere que dois arguidos haviam sido constituidos em dezembro último. "Os restantes cinco, quatro deles ligados à área de gestão de combustíveis e um às operações de comando de combate ao incêndio, foram constituídos e interrogados como arguidos nos últimos dias de abril", pode ler-se no comunicado, que acrescenta que "em causa estão factos suscetíveis de integrarem os crimes de homicídio por negligência e ofensas corporais por negligência".

As investigações prosseguem com a coadjuvação da Polícia Judiciária, diz ainda o Ministério Público.  

A edição de hoje do "Público" dá conta da existência desta auditoria interna que apontou falhas graves na organização do combate aos fogos de junho, em particular na fase inicial. Os auditores apuraram mesmo que alguns documentos terão sido apagados dos registos operacionais. O relatório foi submetido ao MP em novembro do ano passado.