Museus de ovos, gomas e até de pizzas feitos à medida do Instagram

Depois do sucesso com o museu do gelado que já passou por Nova Iorque, São Francisco e Los Angeles multiplicam-se iniciativas do género por todo o lado. Mas, mesmo sem o conceito pop-up, o que não faltam são exemplos insólitos.

Diz o Priberam que um museu é um lugar destinado ao estudo das ciências e das artes. Multiplicar o conhecimento sempre foi, aliás, um dos pontos principais destes espaços. No entanto, há cada vez mais museus alternativos e muitos, além de insólitos, pretendem ser divertidos e servem mais o propósito de permitir tirar uma boa fotografia para partilhar nas redes sociais. Até porque nascem cada vez mais do conceito pop-up (temporário).

No ano passado, por exemplo, Miami acrescentava ao mapa uma nova atração: o museu do gelado. No entanto, não era aconselhado para quem procurava conhecer mais sobre a história deste produto. As provas de degustação eram, na verdade, o momento mais esperado pelos visitantes. A ideia já tinha sido um sucesso, em 2016, em Nova Iorque. De acordo com dados do “The Guardian”, foram vendidos mais de 300 mil bilhetes, em apenas cinco dias. O preço da entrada era de 18 dólares. Passou depois por Los Angeles e São Francisco, já com um valor de entrada de 38 dólares.

Este ano, os EUA preparam-se para engrossar esta lista e vão receber, em breve, mais uma inauguração do género. O museu dos doces será um dos grandes destaques do verão deste ano em Nova Iorque. Falamos de mais de 30 mil metros quadrados, guloseimas espalhadas por todo o espaço e o maior urso de goma do mundo. Com bilhetes entre 12 e os 20 dólares, o museu vai permitir degustações de doces ao longo do percurso. Haverá ainda um café onde será permitido acompanhar todo o processo de fabrico de gomas.

Muitos destes projetos assentam no conceito temporário e digital, que está cada vez mais na moda. E não é só a milhas de distância que a aposta parece estar ganha. Já ouviu falar do The Sweet Art Museum? É um museu de doces, terá uma piscina de marshmallows e vai abrir no final deste mês em Lisboa. Apenas estará aberto por três meses e serve de exemplo a outras cidades europeias, já que também vai existir em Londres e Madrid.

Para receber esta experiência na capital, nada melhor do que uma rua com nome feito à medida: a Rua do Açúcar, em Marvila.

Pizza, ovos e trufas A verdade é que nos EUA, por exemplo, enquanto os museus mais tradicionais lutam para pagar as contas e atrair um maior número de visitantes, os novos conceitos, mais digitais, ganham espaço e fãs. Há até quem questione se estes projetos pop-up serão uma nova espécie de Disneyland do mundo dos museus.

Um outro exemplo de grande sucesso é o Museu da Pizza. Vai abrir em Nova Iorque, é um espaço pensado principalmente para turistas e não podia ser mais aguardado. Adaptado a uma geração ligada cada vez mais ao digital, o espaço ainda não abriu e já é famoso pela promessa de várias atrações que servem principalmente para tirar uma boa e divertida fotografia. Vai abrir em outubro deste ano e já é possível comprar bilhetes.

Nesta sequência, a série dos museus pop-up parece não parar e há sempre novos episódios. Já imaginou uma casa dedicada ao ovo? Existe e é também uma das novas atrações em Nova Iorque. Foi criada por um grupo de designers, tem seis divisões e a decoração é toda ela feita com ovos. Há ainda experiências sensoriais e provas de pratos.

Mas exemplos de espaços dedicados ao que se come é o que não falta. Sejam projetos pop-up ou não, estão espalhados um pouco por todo o mundo.

Em Espanha, por exemplo, o Museu da Trufa ficou conhecido por atrair centenas de pessoas todos os anos. O espaço abriu na região de Navarra e rapidamente se tornou uma referência para os apreciadores deste ingrediente da culinária.

Os museus mais insólitos Na verdade, existe uma lista de museus que muitos provavelmente não acreditam que existe. Com caráter temporário ou não, chamam a atenção por serem museus alternativos e insólitos. É o caso do Meguro Parasitological Museum. Consegue imaginar um museu que se dedica às lombrigas? Existe. Fica no Japão e dedica-se à existência de várias espécies de parasitas. Diagnósticos e pesquisas que têm sido feitas na área são algumas das apostas deste espaço. Surpreendido? Temos mais exemplos.

Em Zagreb, na Croácia, existe o Museu dos Corações Partidos. E tem tudo a ver com o nome. A ideia nasceu de uma história de amor que correu mal e acabou. O espaço conta, através de objetos pessoais doados, a história de várias relações que chegaram ao fim. O conceito foi criado por Drazen Grubisc e Olinka Vistica que, como ex-casal, quiseram criar um local seguro para guardar o que poderiam ser “desencadeadores de memórias afetivas”. O projeto começou em 2006 e passou por várias cidades até encontrar morada definida e permanente em Zagreb. Tem ainda uma segunda localização em Los Angeles, nos EUA.

Também na lista dos exemplos mais insólitos está o Museu das Sanitas, no Japão. O espaço foi criado por uma empresa que fabrica estes artigos para casa de banho. A Toto quis ainda criar uma forma de mostrar aos visitantes como funciona o sistema de esgotos japonês.

Mas a lista de insólitos não fica por aqui. Em Espanha, por exemplo, foi inaugurado, em 2003, o Museu da Bruxaria.