EUA. Escolha para a CIA está em águas agitadas

Alguns congressistas acreditam que Gina Haspel pode ver-se chumbada esta quarta-feira. Trump defende-a. 

O presidente americano defendeu esta segunda-feira a sua escolha para diretora da CIA, Gina Haspel, apesar das dúvidas relacionadas com a sua participação nos programas clandestinos de tortura e detenção do pós-11 de Setembro e das suspeitas de que a atual vice-diretora da agência pode ver-se chumbada na audiência desta quarta-feira no Senado, onde supostamente tem uma maioria republicana a apoiá-la.

“A minha altamente respeitada nomeada para diretora da CIA, Gina Haspel, está sob fogo porque foi demasiado dura com terroristas”, escreveu Donald Trump esta segunda no Twitter, saindo em defesa da antiga espia da mesma maneira que protegeu Ronny Jackson, o seu mais recente embaraço governamental. “Pensem nisso: nestes tempos tão perigosos, temos a pessoa mais qualificada, uma mulher, que os democratas pretendem abandonar porque foi demasiado dura.”

A pressão, no entanto, parece partir da própria Casa Branca. Na sexta-feira, Haspel foi convocada para discutir detalhes do seu envolvimento nos programas clandestinos de tortura e detenção da CIA – a responsável supervisionou uma prisão secreta na Tailândia e, sob ordens de um superior, destruir gravações de tortura. Vários congressistas acreditam que Haspel pode acabar chumbada na audição de quarta ou sofrer danos irreparáveis à sua imagem.

Haspel, segundo escrevem o “Washington Post” e o “New York Times”, ofereceu-se para abandonar a nomeação na sexta, dizendo não querer manchar a CIA ou atravessar a mesma humilhação pública de Ronny Jackson, o homem que Trump pretendia para responsável do organismo dos assuntos dos veteranos. Uma intervenção à última hora de Trump e alguns responsáveis da sua confiança convenceu Haspel a avançar.