Iraque vai a votos um ano depois de expulsar o Estado Islâmico

O atual primeiro-ministro Haider al-Abadi tem como principal opositor o ex-líder da milita Xiita Hadi al-Amiri

É a primeira vez que os iraquianos vão às urnas desde que derrotaram o autoproclamado Estado Islâmico, no ano passado. Com cerca de 7000 candidatos para os 329 lugares no parlamento, os cidadãos levam este sábado para o boletim de votos as suas preocupações na economia, trabalho, segurança e corrupção.

Desde a invasão americana, em 2003, o Iraque tem vindo a perder a sua dominância Sunita, e nos últimos 15 anos estiveram à frente do país três primeiros-ministros Xiita que têm demonstrado boas relações com os vizinhos iranianos.

No entanto, o fim do acordo nuclear entre o Irão e os Estados Unidos, protagonizado esta semana pelo presidente norte-americano Donald Trump, pode terminar estas boas relações. "A pressão internacional e regional no Irão e nos Xiitas está a fazer com que os Xiitas retraírem-se para se defenderem", disse Saad al-Mutalibi, candidato na lista do antigo primeiro-ministro Nouri al-Maliki que defende a aproximação ao Irão, à Bloomberg. "Os grupos anti-EUA está a tornar-se mais forte dia-a-dia por causa dos erros dos EUA", acrescentou.

O atual primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi espera conseguir uma vitória que permita formar governo, no entanto espera-se uma grande competição com o antigo líder da milita Xiita, Hadi al-Amiri e com o antigo primeiro-ministro Nouri al-Maliki, que pertence à mesma fação Xiita de Abadi.

No Iraque existem 24 milhões de eleitores, sendo que uma grande parte, três milhões, atingiu a maioridade desde as últimas eleições e, por isso, será a primeira vez que vão votar. Porém, quase um milhão de eleitores foi destacado para a guerra contra o Estado Islâmico.