2018. O fim do enguiço da Feira Popular e de Entrecampos?

“A feira vai voltar”, assegurou a autarquia em fevereiro 

Depois de 60 anos de vida e de quase 15 anos de entulho e tapumes, o novo arruamento que vai ligar a Rua da Cruz Vermelha à Avenida da República marca o fim do recinto da Feira Popular como os lisboetas o conheceram. Por ironia, este poderá ser o ano em que não só os terrenos em Entrecampos começam a ganhar nova vida como Lisboa torna a ver nascer um parque de diversões. 

A história da feira de diversões mais icónica da cidade começou a 10 de junho de 1943 e o pano desceu em outubro de 2003, quando o espaço já acusava alguma decadência. Desde então foram muitas as polémicas, mas nem avançou qualquer projeto imobiliário no recinto nem a feira reabriu noutro canto da cidade.  

Em 2016, a autarquia foi condenada a pagar 138 milhões de euros de indemnização à Bragaparques no caso da venda e permuta dos terrenos do Parque Mayer e Entrecampos, processo que ainda não transitou em julgado. Em causa, a permuta dos terrenos do Parque Mayer, que pertenciam à Bragaparques, por terrenos da antiga feira, negócio que viria a ser declarado nulo e ficou marcado pela queda do executivo de Carmona Rodrigues. Com os terrenos de novo na posse da autarquia, o executivo fez duas hastas públicas em 2015, mas não conseguiu comprador. Agora, com o novo loteamento, está prevista uma nova tentativa de venda.

Quanto à nova feira popular, a abertura, pelo menos, do parque onde será instalada está prevista para o final deste ano. O projeto foi anunciado pela autarquia em 2015, tendo Carnide como epicentro e uma área  quatro vezes superior à do recinto em Entrecampos. O último post feito nas redes sociais pela autarquia sobre este dossiê data de 22 de fevereiro e reiterou a garantia: “A feira vai voltar.”