Lula da Silva critica justiça brasileira

“Como presidente, eu defendi, por todos os meios, a luta contra a corrupção e não aceito que seja imputado a mim este crime através de uma farsa judicial”

Lula da Silva, ex-presidente do Brasil, numa coluna de opinião que foi divulgada esta quinta-feira no jornal francês Le Monde, criticou a “farsa judicial” de que considera ser vítima.

“Como presidente, eu defendi, por todos os meios, a luta contra a corrupção e não aceito que seja imputado a mim este crime através de uma farsa judicial”, escreveu.

O ex-presidente foi preso no início de abril depois de ter sido condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e branqueamento de capitais, impedindo-o de se candidatar às eleições marcadas para outubro.

Lula da Silva diz ainda que as eleições marcadas “não serão democráticas a menos que todas as forças políticas possam participar de forma livre e justa”.

“Sou candidato (…) porque sei que posso garantir que o país voltará ao caminho da democracia e do desenvolvimento para o nosso povo”, afirmou, acrescentando que é candidato “para levar os pobres e os excluídos a sua dignidade, para garantir os seus direitos e dar-lhes a esperança de uma vida melhor”.

O ex-presidente disse também que enquanto esteve no cargo de presidente retirou “36 milhões de pessoas da pobreza extrema” e que o Brasil “desfrutou de excecional prestígio internacional”.

Com o golpe de Estado, “a pobreza aumentou, a fome está a rondar e as portas das universidades fecharam-se novamente para os filhos da classe trabalhadora. O investimento para a investigação afundou”, sublinhou Lula da Silva.

“Como candidato a presidente, eu prometi que lutaria e eu mantive a minha promessa de que todos os brasileiros teriam direito a três refeições por dia e não conheceriam a fome como eu a conheci em criança. Eu não sujeitei o meu país e a sua riqueza natural a interesses estrangeiros”, frisou.