China envia satélite para o lado mais longínquo da Lua

O governo chinês quer ser pioneiro na exploração da face lunar que não é visível em solo terrestre

A China enviou esta segunda-feira um satélite de retransmissão para assegurar a comunicação com a sonda lunar Chang'e-4, que será lançada em breve. O objetivo do governo chinês está muito bem definido: explorar o lado oculto da Lua. "O lançamento é um passo chave para que a China atinja o seu objetivo: ser o primeiro país a enviar uma sonda para aterrar no lado mais longínquo da Lua", afirmou Zhang Lihua, responsável pelo lançamento.

O satélite Queqiao foi transportado por um foguetão Longa Marcha-4C, a partir do centro de lançamento de satélites Xichang, no sudoeste da China, segundo informou a agência noticiosa oficial Xinhua, citando a Administração Nacional Espacial da China. Vinte e cinco minutos depois do lançamento ter sido efetuado, o satélite – que pesa cerca de 400 quilos e está previsto operar durante os próximos três anos – separou-se do foguetão e entrou em órbita.

Os cientistas e engenheiros chineses esperam agora que o Queqiao permita aos controladores comunicar com o Chang'e-4, a sonda que no final do ano deve aterrar no lado da Lua não visível da Terra, na bacia do pólo Sul lunar Aitken. "Desenhámos uma órbita em redor do ponto Terra Lua L2, a partir de onde o satélite transmissor poderá ver tanto a terra como o outro lado da Lua", explicou Bao Weimin, diretor da Comissão de Ciência e Tecnologia do Espaço Aéreo da China.

A China está a prever iniciar no próximo ano a construção de uma estação especial que deverá estar concluída em 2022 e terá presença permanente de tripulantes. Em 2013, pela primeira vez fez aterrar uma sonda espacial na Lua, imitando os feitos até então só conseguidos pela Rússia e pelos Estados Unidos. Aquele país asiático realizou até agora cinco missões tripuladas: a primeira em 2003 e a mais recente em 2013, quando enviou para o espaço dez astronautas (oito homens e duas mulheres).