Espaços emblemáticos da Expo 98. Os que sobreviveram 20 anos e os que entretanto surgiram

Da Expo 98, apenas os pavilhões temáticos sobrevivem para contar a história da Exposição Internacional de Lisboa. Ainda assim, um deles foi transformado em casino e o de Portugal viu o seu futuro tremido por muitos anos. Ao mesmo tempo foram surgindo novos espaços que já se transformaram em verdadeiras atrações da cidade, localizados numa…

O que se mantém
 

ALTICE ARENA

A maior sala de espetáculos do país nasceu durante o evento como Pavilhão da Utopia. O edifício, projetado pelo arquiteto português Regino Cruz em parceria com um gabinete internacional, foi buscar alusões às naves quinhentistas e a um pequeno caranguejo–ferradura, que existiu no período Jurássico. O espaço foi pensado para ter funções multiusos, para que pudesse ser comercialmente rentável. Mais tarde deu lugar ao Pavilhão Atlântico até ter sido comprado, em 2012, pelo consórcio Arena Atlântico por 21,2 milhões, passando a chamar-se Meo Arena. Recentemente voltou a mudar de nome para Altice Arena.

PETER CAFÉ SPORT

A primeira vez que o Peter Café Sport saiu dos Açores – altura em que ganhou renome mundial por ser um ponto de paragem no meio do Atlântico para os muitos tripulantes de iates que aportavam no Faial e depois de ter sido considerado, em 1986, pela revista “Newsweek” como um dos melhores bares do mundo – foi quando abriu portas na Expo 98. Neste espaço foi montado uma réplica do Peter Café Sport. Conhecido pelo seu gin tónico – ícone absoluto do Peter –, mantém as portas abertas desde essa altura. 

PAVILHÃO PORTUGAL

Desenvolvido por Siza Vieira, o Pavilhão de Portugal  – um dos mais emblemáticos da Expo 98, cuja pala foi considerada uma das dez melhores estruturas de betão do mundo – foi o edifício responsável por abrigar a representação nacional portuguesa naquele evento. Mas desde que a Expo fechou portas, o pavilhão tem estado ao abandono e passa a maior parte do tempo sem uso. As propostas para a sua ocupação foram várias, desde sede da presidência do conselho de ministros a museu da arquitetura, mas nenhuma dessas alternativas avançou. Em 2015 foi entregue pelo governo à Universidade de Lisboa para ser usado para eventos científicos e exposições.

GARE DO ORIENTE

Projetada pelo arquiteto e engenheiro espanhol Santiago Calatrava, a Gare do Oriente ficou concluída em 1998 para servir a Expo 98, e, posteriormente, o Parque das Nações. A abertura desta gare foi acompanhada também pela inauguração de novas linhas de metro: Oriente, Cabo Ruivo, Olivais, Chelas, Bela Vista, Olaias e Alameda (linha vermelha). Tudo pensado com o mesmo objetivo: facilitar a chegada dos cerca de 10 milhões de visitantes ao recinto e contribuir para uma nova centralidade da capital. 

TORRE VASCO DA GAMA

Com cerca de 140 metros de altura, esta torre foi construída para o evento com o objetivo de ter no seu topo um restaurante de luxo com vista panorâmica sobre o rio Tejo. O espaço foi inicialmente concessionado a José Manuel Trigo, do T Clube, e ainda permaneceu aberto durante cerca de três anos após a exposição. Desde novembro de 2012, a torre funciona como hotel de luxo da cadeia SANA Hotéis, tendo-se adicionado ao conjunto inicial um edifício da autoria do arq.º Nuno Leónidas cuja construção se iniciou em agosto de 2009.

 

As novidades

CASINO

O Pavilhão do Futuro era um espaço subordinado ao tema “O Futuro dos Oceanos”. A exposição era maioritariamente informativa, integrada num ambiente envolvente e moderno, e o seu maior atrativo era um filme em três dimensões projetado de início. A visita terminava com uma descida ao fundo dos oceanos, simbolizada por uma passadeira em espiral, com ilustrações do desenvolvimento do planeta. Com o fim do evento, o espaço manteve–se encerrado durante vários anos até que houve a decisão de utilizar a estrutura para o novo Casino de Lisboa, inaugurado em 2006.

ZEROZERO

Há menos de um ano abriu portas a ZeroZero, a conhecida pizzaria do Príncipe Real, do grupo Multifood. Localizada na Alameda dos Oceanos, promete aos clientes uma verdadeira visita aos sabores de Itália, mas com uma vista privilegiada sobre o Tejo. O espaço tem dois fornos de lenha e conta com mesas no interior, onde pode ver toda a preparação das pizzas, e com esplanada no exterior. A pizzaria dispõe também de um bar de prosecco com cocktails de assinatura que podem ser pedidos em jarro de litro, para partilhar.

CENTRO VASCO DA GAMA

Com o fim da Expo 98, menos de um ano depois foi inaugurado no Parque das Nações o Centro Comercial Vasco da Gama (abril de 1999), gerido pela Sonae Sierra. O seu nome é uma homenagem a Vasco da Gama, descobridor do caminho marítimo para a Índia, e o seu interior é inspirado no mar, com peixes e animais marinhos no teto, nos elevadores, nas casas de banho, nas lojas, e com água a escorrer na cobertura. O espaço conta com 170 lojas onde se incluem 33 restaurantes, seis salas de cinema e um health club.

CANTINHO DO AVILLEZ

O novo Cantinho do Avillez acaba de ser inaugurado no Parque das Nações, no ano em que se assinalam os 20 anos da Exposição Internacional de Lisboa. Fiel à filosofia dos oceanos e dos Descobrimentos, este 15.º restaurante em Lisboa do famoso chefe português conta com vista para o rio Tejo e a ementa é inspirada na cozinha tradicional portuguesa contemporânea, sendo influenciada pelas viagens feitas por Avillez. O espaço foi decorado pela famosa artista portuguesa Joana Astolfi.