PS está “convertido” a medidas que não quis, diz Catarina Martins

Temos muito para fazer, há problemas complicados para resolver, não basta enunciarmos boas intenções, precisamos depois das medidas políticas concretas”

O Bloco de Esquerda, parceiro parlamentares do Partido Socialista, não gostou que António Costa, primeiro-ministro e secretário-geral do PS, apresentasse todos os sucessos da política governativa como se fossem méritos seus. 

À margem de uma visita às festa do Senhor de Matosinhos, Catarina Martins, coordenadora do Bloco, disse aos jornalistas que "o Partido Socialista parece hoje convertido, como sendo boas medidas, a medidas que não quis e que foi preciso fazer nagociação à esquerda para elas serem possíveis, como a atualização das pensões ou a subida do salário mínimo". 

Se a atual solução governativa e a maioria absoluta foram parcamente referidas durante o fim-de-semana no conclave socialista, quando o foram Bloco e PCP não foram alvo de palavras amigáveis. Uma dessas críticas partiu de Francisco Assis, eurodeputado socialista e desde sempre crítico da geringonça, quando disse que "António Costa anestesiou muito o PCP e o Bloco de Esquerda". Desafiada a comentar, a líder bloquista limitou-se a dizer que "esse tipo de jogos tem a ver com disputas internas, mas não têm nenhum sentido", acrescentando que não comenta o debate interno do PS. 

Martins não deixou de sublinhar o muito que, diz, ainda falta por fazer. "Temos muito para fazer, há problemas complicados para resolver, não basta enunciarmos boas intenções, precisamos depois das medidas políticas concretas", disse, deixando como desafios mexer no Código de Trabalho e valorizar os serviços públicos, nomeadamente o Serviço Nacional de Saúde. 

"São opções que estão em cima da mesa e estamos muito empenhados a negociar tanto as alterações laborais de combate à precariedade, como estamos empenhados a negociar um Orçamento do Estado que responda pelo país a esse nosso trabalho", desafiou.