Fundação Gulbenkian. Tempo de ser universal

Lorenzo Viotti, o novo maestro da Orquestra Gulbenkian, tem 27 anos, é “cheio de energia” e concilia o entusiasmo com a experiência adquirida. O gosto por diferentes épocas deve trazer transformações ao repertório. A orquestra e o coro são prioridades da nova temporada de música da Fundação Calouste Gulbenkian, mas a programação tem momentos importantes…

1 – Maestro – Lorenzo Viotti

Tem 27 anos, “é jovem, cheio de energia, mas também tem experiência”, entre outras virtudes como “gostar muito de ópera e de canto”. Assim é descrito o novo maestro Lorenzo Viotti pelo responsável pela programação Risto Nieminem. O suíço estreou-se à frente da Orquestra Gulbenkian em janeiro de 2017, tendo voltadoa apresentar-se no palco do Grande Auditório Gulbenkian em quatro espetáculos posteriores. A marca de Viotti é já bem visível nos cinco concertos que dirige nesta temporada, com destaque para a ópera “Romeu e Julieta”, de Gounod.

2 – Festival – Jazz em Agosto

O primeiro momento da programação. De 27 de julho a 5 de agosto, o Jazz em Agosto olha para a obra do mestre do free jazz John Zorn. O concerto de abertura apresenta uma formação inédita em que o saxofonista se junta a outros dois improvisadores da cena nova–iorquina, o baterista Milford Graves e Thurston Moore, guitarrista dos extintos Sonic Youth. A este primeiro momento no Anfiteatro ao Ar Livre somam-se quatro noites de concertos duplos sobre as composições de Zorn. Entre outras propostas, será ainda exibido um filme biográfico de Mathieu Amalric.

3 – Concerto – Gustavo Dudamel

Após uma exuberante visita em 2016, o maestro pop Gustavo Dudamel regressa a Lisboa uma vez mais na liderança de uma orquestra diferente – um hábito das suas passagens pela Gulbenkian Música. Dudamel irá dirigir a Mahler Chamber Orchestra, fundada por Claudio Abbado em 1997. Os dois maestros trabalharam juntos na Venezuela, quando Dudamel se rendeu ao entusiasmo de Abbado, estudando e descobrindo uma obra de Mahler. “Já é uma visita habitual. Ele gosta muito de vir a Lisboa”, antecipa Nieminem sobre o regresso do maestro. 

4 – Ciclo – Música no feminino

Do fado à música do Mali e à música contemporânea, este ciclo de sete concertos olha para o papel das mulheres na música. A 23 de janeiro há concerto da maliana Rokia Traoré. Na noite seguinte, Mahsa e Marjan Vahdat vêm representar a música de origem persa. Aldina Duarte apresenta “O Fado e a Poesia” no dia 25. A 27 de janeiro há “Sonho de Uma Noite de Verão”, com a violinista alemã Carolin Widmann em dose dupla (12h00 e 17h00). A 28 de janeiro, Joana Gama bisa a interpretar “Musica Callada” (19h00) e “At the still point of the turning world” (21h30). 

5 – Formação – Música na escola

Na nova temporada, membros da Orquestra Gulbenkian irão às escolas para trabalhar com os estudantes. No final do projeto, estes terão oportunidade de ir aos concertos da temporada. Mantém-se também o Prémio Jovens Músicos/RDP-Antena 2, cuja fase final vai decorrer de 27 a 29 de setembro e, no quadro europeu, o Rising Stars, da European Concert Hall Organization (ECHO), marcado para fevereiro de 2019, em que são selecionados. O reconhecimento do talento é premiado com formação na gestão dos respetivos percursos artísticos.