Carlos Correia. Uma partida precoce

Tinha 43 anos

A partida precoce do artista plástico Carlos Correia, aos 43 anos, foi noticiada através de um artigo de opinião de Bernardo Pinto de Almeida, publicado no Público na terça-feira. Carlos Correia morreu em Lisboa há uma semana, na noite de sexta para sábado. 

Licenciado em Artes Plásticas pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, já tinha bem firmado o seu nome enquanto artista e expunha regularmente desde 2004 – tanto em Portugal como em Londres, Madrid e São Paulo. Desde 2005 que era representado pela Galeria Pedro Oliveira (Porto). Em Lisboa, era um dos nomes da Baginski e, desde 2008, era também representado em Madrid pela Galeria Fucares. Em 2013, foi nomeado para a short list do ‘Projecto 100 Painters of Tomorrow’, da prestigiada editora Thames & Hudson. 

Nunca parou de estudar. Depois da licenciatura, tornou-se mestre em Artes Visuais pela Universidade de Évora e frequentava agora o 3.º ano do Doutoramento em Belas Artes-Pintura na FBAU, enquanto fazia, em simultâneo, uma pós-graduação na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas na Universidade Nova de Lisboa.

Deixou uma série de obras em coleções públicas e privadas – na Fundação PLMJ, Coleccion Caja Madrid, Deutsche Bank ou na Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian, entre outras. Deixa também a editora LOSSOFAURA, que criou em 2012 e que editou, até à data, sete Livros de Artista. 

«Homem e artista sério, bom talentoso, culto, invulgarmente delicado e sensível, pôs em quanto fez dedicação e profundidade. Inesperada perda que nos deixa mais pobres, e à arte portuguesa», definiu-o assim o colunista, lembrando uma resposta dada por Carlos Correia numa entrevista concedida em 2008. «Consegue olhar para o seu percurso e sintetizá-lo?», perguntaram-lhe. Respondeu assim: «Aprender a levar porrada, e levantar-me com mais força. Não é fácil. Mas quando é bom, é muito bom».