As 6 fantasias sexuais mais comuns, segundo terapeutas do sexo

Toda a gente tem em si um devasso. Bom, alguns talvez não… coitados. Seja como for, não há quem não trepe estranhamente pela imaginação, e mais ainda quando toca ao sexo. Mas chega de martírio. Basta falar com quem lida com o assunto todos os dias para perceber que, no quarto, (quase) todo o mundo…

Ainda não se perdeu a vergonha em tudo… Va lá. O decoro ainda segura as pregas da fantasia. Talvez por isso, aqueles que nos passam os pregos das suas cruzes, partilham as initimidades das dores, não vão tão longe que se ponham a falar das suas fantasias sexuais, do que mais os faz morder os beiços, segurando pelo rabo o touro das suas perversões. Mas há confessionários para tudo. E se não são assuntos da alma, se é mais do corpo, do jeito como o sangue faz os seus floreados, ribomba nas partes mais vivas, cabe aos terapeutos do sexo tomar nota dessas variações confessionais.

Não é bem como os padres ou os advogados, mas também eles estão sujeitos ao sigilo profissional, a não ser que vertam a coisa em números, passem como estatística os casos que lhes chegam. E em questões de sexo, felizes são os que têm rédea nas suas aberrações. Não é difícil imaginar que, ao fim de anos, ouvindo estórias de engates, de tudo aquilo que vira o juízo de homens e mulheres, de como uns ombros descobertos, um modo de segurar os cabelos, tirá-los da frente de um decote generoso, esses pequenos sinais, conscientes ou não, como se vai oferecendo o corpo ao manifesto da luxúrio, disso sabem estes profissionais.

Ora, foi Huffington Post quem teve a indecência de se lembrar que toda essa experiência podia resultar num bom esquema viral. Um venha cá saber se a sua perversão está no top, ou se tem de ir procurar um grupo de apoio nalgum mais refundido recanto da internet. Vamos lá então saber quais são as seis fantasias mais populares das que são confessadas nos consultórios da especialidade.

Número um: Ménage à trois

Pois é, nem no sexo nos safamos de certos clichés. A resposta para a mais comum das fantasias sexuais é apenas mais. Mais um onde normalmente se vai a dois. "Tanto solteiros como casais fantasiam com a hipótese de integrarem uma formação de três na hora de levar as coisas para o quarto. Parte do apelo vem da ideia de overdose sensual – o banzé que vem da confusão das tantas partes do corpo misturadas. Muitos casais apreciam a ideia do sexo a três como forma de renovar algum do furor inicial que experimentaram e refundar a república do coito no quarto onde o que mais se tem feito é dormir." Com algumas liberdades libidinosas, foi isto o que disse a terapeuta do sexo Vaness Marin àquele site de notícias que começou como agregador de conteúdos.

Número dois: Dominação e submissão

"É habitual tanto homens como mulheres mostrarem-se interessados pela dominação e submissão. Embora os homens geralmente se mostrem mais interessados pela dominação e as mulheres em serem dominadas, nem sempre é este o caso. As fantasias de dominção estão relacionadas com poder, com o sentires que estás em controlo da experiência e que a outra pessoas vai aceder a qualquer dos teus impulsos. Há duas coisas super excitantes na submissão: A primeira é a sensação de quem se submete ser o alvo da atenção absoluta de quem domina, alvo da sua entrega recreativa. A segunda é a liberdade de se deixar ir, de entregar o controlo e ser tomado e avassalado para o prazer do outro", isto disseram Danielle Harel e Celeste Hirschman, que além de terapeutas do sexo são autoras do livro "Making Love Real: The Intelligent Couple’s Guide to Lasting Intimacy and Passion"

Número três: Brincadeiras que metam pés

Estamos fartos de ouvir falar nos fectiches com pés. Não é por acaso. "Fantasias com pés e sapatos são mais comuns do que se pensa, e são sobretudo os homens que as têm. As fantasias podem passar por ter a genitália trabalhada pelos pés da parceiro (ou parceiro), mas vão mais longe, e há quem adore ser pisado… preferentemente com sapatos. Para ficarem animados, a muita gente a quem basta ver e mexer em sapatos. É uma fantasia que muitas vezes começa quando a pessoa ainda é muito nova, e depois não vai a lado, antes cresce, ganha uma educação, às vezes um gosto refinado. Quando se pensa como os sapatos são vendidos ou exibidos nas montras, não é de surpreender que muitas pessoas desenvolvam um erotismo com estes objectos tão desejados por razões talvez não tão diferentes ou descabidas. É o tipo de desejos que tendem a crescer por serem mantidos em segredo, coisa que acontece muito especialmente quando o parceiro(a) estremece com esse género de perversões. E há muita censaura no sexo, mas às vezes é vivendo com um grande ditador que se desenvolvem essas fantasias mais iradas, por terem de se debater com a culpa, a vergonha, por passarem os dias mirando o fruto proibido", diz Gracie Landes, também terapeuta do sexo e da família.

Número quatro: Para heterossexuais, o terem sexo com pessoas do mesmo sexo

Aí está a frescura dos tempos modernos. Já há muito se sabia como, entre deuses, marcha tudo. É só na terra, que os homens e as mulheres foram ficando mais esquisitos. Que o diga um Marlon Brando, um Mick Jagger, um David Bowie, e se entre homens não faltam exemplos, nas mulheres nem conta. Afinal quem torce o nariz quando elas se roçam, se colam… até os anjos escolhem de súbito um sexo e reticências… pois claro.

"Tendemos a pensar na nossa orientação sexual como binária (heterossexual ou homossexual), mas estas categorias são construções sociais que podem apelas aos nossos desejos sexuais de âmbito mais geral mas deixam escapar certas nuances no que toca à nossa inata fluidez e curiosidade sexual. Quando fantasiamos sobre a possibilidade de termos sexo com alguém do mesmo sexo, somos levados a ponderar o que seria ser tocado de formas tanto estranhas como familiares (como quando nos tocamos a nós próprios) e libertarmo-nos de algumas das assunções e comportamentos que encenamos para nós próprios", disse ao site Ian Kerner, terapeuta do sexo e autor de "She Comes First: The Thinking Man’s Guide to Pleasuring a Woman"

Número cinco: Dar à parceira múltiplos orgasmos

"Para os homens heterossexuais, de longe, a fantasia mais consistente que eu tenho ouvido, ano após ano, prende-se com o entusiasmo de alguém que conhecem e que parece transbordar de energia e bem estar e que não deixa de se expressar com gestos insinuantes. E podem ser memórias de uma anterior (e particularmente tesuda) experiência sexual, ou imagens de um filme porno, ou pode ser só uma afeição mantida em segredo. Mas, em qualquer caso, a mulher aparece sempre a ter um prazer sem limites e que acaba como que soluçando entre multiplos orgasmos.

E esta fantasia resulta normalmente dos homens sentirem que são obrigados a convencer as suas parceiras a terem sexo. Muitos homens confidenciam que é difícil permanecerem excitados quando sabem (ou suspeitam) que as parceiros não estão assim tão interessadas. Além disso, muitos homens dizem ainda que quando a parceira está cheia de vontade, isso atira-os para outra dimensão, o que aumenta ainda mais a sua satisfação sexual. Também é algo que ajuda muito o ego de um tipo o sentir-se competente na cama", diz Kimberly Resnick Anderson, terapeuta do sexo.

Número seis: Ver o teu parceiro ter sexo com outra pessoa

"Com tantos de nós a fazerem de tudo para segurar uma relação monógama, há algo de inerentemente provocante e tabu na fantasia de se ver o nosso parceiro a ter relações sexuais com outra pessoa. Ver a sua boca na boca de outro, a sua mão passar por outro corpo reforça a tensão sexual e a própria tentação desejante do nosso parceiro ao mesmo tempo que transforma o que há de certo e previsível em inprevisível, e sito é tão súbito e violento que pode devolver-nos aos dias iniciais da paixão. Estarmos na posição do voyeur (mesmo que seja apenas na nossa imaginação), faz com que nos sintamos com poder ou sem poder nenhum enquanto o nosso olhar não consegue libertar-se dessa visão. Seja como for, através das lentes da fantasia, a dor torna-se prazer", novamente Kerner.