Carros. Compra ou aluguer de longa duração? Conheça a melhor solução

O crédito automóvel continua a ser uma das formas de financiamento mais usadas no mercado português. Mas nem sempre é a mais económica. O leasing é uma das alternativas e geralmente fica mais barato

Está a pensar em comprar um carro novo e não quer pagar a pronto? Existem várias formas de financiamento no mercado. A oferta é variada e tudo depende das necessidades e dos objetivos dos compradores. No entanto, se não faz questão de ter o automóvel em seu nome, pode optar por outras alternativas. O leasing e o renting são outras opções viáveis que têm vindo a ganhar cada vez mais adeptos no mercado nacional. 

A explicação é simples: regra geral, as prestações no leasing são mais baixas do que as restantes opções de financiamento, uma vez que os consumidores beneficiam de um valor residual que é saldado no final do contrato. Ao mesmo tempo, os clientes ficam livres do imposto de selo e, no caso do renting, é possível contar com outro tipo de serviços, nomeadamente revisões, mudança de pneus e mudança de viatura se assim o desejar. 

Tanto no ALD como no leasing, a instituição compra o veículo e permite que o consumidor o utilize mediante o pagamento de uma renda mensal. As taxas de juro são mais baixas do que no crédito bancário e não se paga imposto do selo pela abertura do crédito e pelos juros. No entanto, na generalidade dos casos, estas modalidades não se destinam a automóveis em segunda mão. 

Mas nem todos os portugueses consideram estas alternativas as soluções mais desejáveis. O crédito automóvel continua a ser uma das modalidades mais usadas no mercado para a compra de veículos tanto novos como usados. Por norma, a taxa de juro varia consoante os anos que tem o carro. Isto significa que, na maioria dos casos, quanto mais novo for o carro, menor será a taxa de juro. Dar ou não entrada é outra decisão que tem de ter em conta. E os números falam por si: de acordo com os últimos dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP), o crédito automóvel aumentou 9,6% em março para 363 milhões de euros.

Outra hipótese passa por recorrer a um crédito pessoal. Geralmente, a taxa de juro não é o seu ponto forte, já que é pouco atrativa na maior parte dos casos. Mas nem tudo são desvantagens. Por um lado, caracteriza-se por uma elevada taxa de sucesso de aprovação por parte das instituições financeiras. Por outro, possibilita prazos mais alargados e, por isso mesmo, pode traduzir-se numa prestação mensal mais baixa. Ou seja, paga-se menos, mas por mais anos. E segundo o BdP, do total do crédito ao consumo concedido pelas financeiras em março, a maior fatia corresponde a créditos pessoais, atingindo os 299 milhões de euros, o que corresponde ao valor mais elevado de sempre e 14,5% acima do registado em março do ano passado.

Mas vamos a números. Para o primeiro trimestre de 2018, o regulador estabeleceu 5,2% como teto máximo dos juros a cobrar para o leasing e para o ALD, fixando 9,7% para o crédito – isto para veículos novos. Para os usados, as taxas sobem para 6,3% e 12,3%, respetivamente.

Também é comum os próprios stands oferecerem propostas de financiamento. Neste caso, convém ter em conta o valor total que irá pagar. A explicação é simples: os stands são meros intermediários no financiamento e, muitas vezes, ganham uma comissão sobre os créditos contratados pelas instituições com que trabalham. De acordo com a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco), “as taxas propostas são geralmente mais elevadas do que nos bancos. Além disso, pode reduzir a taxa com os produtos já contratados: por exemplo, domiciliação de ordenado e pagamentos, cartão de crédito, conta à ordem, etc.”.

Encargos Outro fator que deverá analisar cuidadosamente diz respeito aos encargos associados às diversas modalidades de financiamento. É o caso, por exemplo, dos seguros. No leasing são exigidos seguros de responsabilidade civil facultativa (50 milhões de euros) e de danos próprios. Já no crédito automóvel basta o seguro de responsabilidade civil obrigatória, no valor de 3 milhões e 250 mil euros e, em alguns casos, o de vida. 

Deve também analisar as despesas de contratação, como as comissões de entrada e processamento. Estes elementos são essenciais para comparar o custo real de várias propostas, traduzido pela taxa anual de encargos efetiva global (TAEG).

A verdade é que não há fórmulas mágicas. Tudo depende do uso que vai dar ao carro. Quem o usa muito tem tendência para optar pelo renting porque conta com uma série de serviços associados como, por exemplo, revisões incluídas, trocas de pneus ou até o pagamento de seguros.