Os delírios dos socialistas

No recente conclave dos socialistas foi-nos permitido deliciarmo-nos com alguma pérolas, mas, pela sua originalidade e piada, destacarei duas, daquelas em que é difícil acreditar que alguém se tenha lembrado de a elas recorrer. Ferro Rodrigues, sem esboçar o menor sorriso, bem pelo contrário, mantendo o ar sisudo e enfadonho que o caracteriza, quis-nos dar…

No recente conclave dos socialistas foi-nos permitido deliciarmo-nos com alguma pérolas, mas, pela sua originalidade e piada, destacarei duas, daquelas em que é difícil acreditar que alguém se tenha lembrado de a elas recorrer.

Ferro Rodrigues, sem esboçar o menor sorriso, bem pelo contrário, mantendo o ar sisudo e enfadonho que o caracteriza, quis-nos dar a novidade de que o combate à corrupção está no ADN do PS!

Ana Catarina Mendes não quis ficar-lhe atrás e, igualmente sem se desmanchar a rir, como seria natural, saiu-se com a afirmação de que os socialistas quando governam sabem ter as contas públicas com rigor.

A actual segunda figura da hierarquia do Estado é, indiscutivelmente, uma voz autorizada para falar de corrupção! Logo ele, apanhado em escutas telefónicas a desabafar que se está a cagar para o segredo de justiça, enquanto manobrava nos bastidores para abafar uma investigação criminal que atingia gente do seu partido, e, sabe-se lá se com fundamento, onde o seu próprio nome era visado em testemunhos então recolhidos.

O PS de Sócrates, que conseguiu a proeza, a par de Bettino Craxi, de ser um dos dois únicos chefes de governo da Europa que conheceram as amarguras da prisão, exactamente por crimes relacionados com a corrupção.

O PS do consulado socratista, que estendeu os seus tentáculos a toda a cúpula dos responsáveis pela administração da justiça, impedindo que qualquer investigação que pudesse causar mossas ao chefe fosse adiante, permitindo que este, então impunemente, tivesse levado o País à falência ao mesmo tempo que para si se acumulava de riquezas não acessíveis ao comum dos mortais.

O PS que não mexeu uma palha para que se apurasse o fundamento das trafulhices em que Sócrates se envolveu, somente tendo sido possível levá-lo à justiça depois do polvo socialista ter implodido e, consequentemente, levado ao afastamento dos sem-vergonha que dirigiam e controlavam os tribunais e o ministério público.

O PS do próprio pai fundador que quando se instalou em Belém permitiu que Macau, única pasta governativa que se encontrava na sua directa dependência, se constituísse num centro de negócios ilícitos, marosca minuciosamente denunciada num livro prontamente silenciado, escrito  por um correligionário que entretanto saltou porta fora quando se viu apertado.

O PS dos varas, penedos e outros, já condenados mas que ainda não tiveram o gosto de entrar numa cela, e o PS das parcerias público-privadas e de toda a teia de interesses que lhe estão associadas, cujas consequências ruinosas irão encurralar as gerações futuras.

Só mesmo alguém que ande completamente distraído é que poderá engolir esta fábula de que os inquilinos do palácio do Rato, para além de serem impolutos, sempre estiveram empenhados em destroçar os que não o são.

Sim, o combate à corrupção está no ADN do PS de igual forma como as amplas liberdades são a imagem de marca do paraíso cubano!

Também absolutamente hilariante a ideia, apregoada pela cómica secretária-geral adjunta dos socialistas, de que estes gerem bem as contas públicas assim que assentam praça em S. Bento!

Os exemplos dessas desastradas governações não deixam margem para qualquer dúvida: sempre que o destino do País ficou à responsabilidade daquela rapaziada acabou na bancarrota e vítima de vergonhosos resgates financeiros. E já lá vão três!

Começou por Soares, que logo resolveu escolher para ministro das finanças um amigo pessoal, com quem depois se incompatibilizou, que um dia confessou, pasme-se, não perceber nada de…finanças!

Um Soares que destruiu toda a sua credibilidade política graças à calamidade pública em que transformou o Estado que não soube gerir, apenas recuperando o protagonismo perdido quando, mercê de uma primeira geringonça que então se formou, o catapultou para Belém, local onde, aliás, continuou a esbanjar o erário, como todos bem sabemos.

Mais tarde veio Guterres, que herdou uma evolução bastante favorável, por corresponder ao único período pós abrilada em que fomos beneficiados por uma real melhoria das condições de vida, mas que ao fim de meia dúzia de anos, num gesto de lucidez e de alguma honestidade, abandonou o barco, desabafando que deixara o País num pântano!

O socialista que se seguiu foi Sócrates. Ninguém, no seu perfeito juízo, poderá negar os incalculáveis prejuízos que a sua governação acarretou para os bolsos dos portugueses de hoje e dos vindouros. Não é possível visualizar um limite temporal no qual os crimes económicos e financeiros praticados durante o seu governo possam estar reparados.

Os seis anos dos desvarios de Sócrates representam uma das páginas mais negras da História de Portugal. Só a má fé e a ausência total de escrúpulos poderá pôr em causa esta verdade!

E, finalmente, temos Costa.

Ajudado por uma imprensa submissa e tendenciosa, que tudo faz para branquear os erros da sua política económica, e favorecido pela sorte por via do crescimento das economias mundiais, o actual chefe do governo tem conseguido passar entre os pingos da chuva, apesar do quadro negro que as nossas paupérrimas finanças indiciam.

Só em Abril passado a dívida pública aumentou 4,2 mil milhões de euros em relação ao mês transacto, ultrapassando agora os 250 mil milhões de euros!

Costa, um verdadeiro artista a quem não lhe falta a arte da dissimulação, vai ocultando as más notícias e não se cansa de se gabar das supostamente boas, como o controlo do défice público e o crescimento das exportações.

Esquece-se, claro, de nos esclarecer de quais as medidas que implementou para manter o défice em níveis satisfatórios, as quais, basicamente, se resumem a um brutal aumento da carga fiscal.

Quanto às exportações, os últimos indicadores apontam para uma considerável quebra, factor a que não será alheio, certamente, o estrangulamento fiscal a que as empresas portuguesas estão condenadas.

Infelizmente, mais tarde ou mais cedo estaremos de novo confrontados com a imperiosa fatalidade de se recorrer novamente a auxílio externo, consequência do extremo cuidado que os socialistas dedicam ao rigor das contas públicas.

Se aos socialistas lhes fosse atribuída a responsabilidade de governarem o deserto do Saara, não tenhamos dúvidas de que ao fim de alguns meses estariam a importar areia!

Que Deus nos proteja desta gente.