Catarina Martins fala em “chantagem inédita” contra professores

A líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, confrontou o primeiro-ministro no debate quinzenal desta tarde, com o ultimato do ministro da Educação aos sindicatos dos professores para que aceitem apenas um terço do tempo de serviço congelado para efeitos de progressão nas carreiras.

Catarina Martins acusou o governo de exercer uma “chantagem inédita” sobre os professores, e perguntou a António Costa se “chantagens e ultimatos é uma forma de negociar”, desafiando o PM a tomar uma posição em relação ao ultimato do Ministro da Educação.

Na resposta, António Costa garantiu que “não há prepotências ou chantagens” nas negociações. “O nosso compromisso era o descongelamento das carreiras na função pública. Criou-se o boato de que em relação aos professores isso não iria acontecer. O que é falso: só este ano, 45 mil professores vao ser descongelados, o que representará um aumento da despesa da ordem dos 90 milhões de euros”, afirmou o PM, que recordou que a lei do Orçamento do Estado determina que, no processo negocial, se defina o prazo e o modo de proceder aos descongelamentos, tendo em conta “a sustentabilidade” das contas públicas.  

Descongelar por inteiro, diz António Costa, custaria 900 milhões, enquanto que a proposta do governo representa um custo adicional de 160 milhões de euros. “Mas a resposta que tivemos dos professores foi sempre a mesma por parte dos sindicatos: o total do tempo de serviço, nem menos uma hora”. António Costa acrescentou que, face à “intransigência” dos professores, “e não havendo nada de novo nas negociações”, encerrou o processo. “E isto não é chantagem”, rematou António Costa, perante os protestos da bancada do Bloco de Esquerda.