António Costa é ingénuo, diz o PCP

Jerónimo de Sousa acusou o Primeiro-Ministro, na tarde desta terça-feira, de “ingenuidade” relativamente à concertação social sobre a legislação laboral

Para o PCP, o recente acordo não permite combater a precariedade. “Não se combate a precariedade quando se duplica o período experimental no primeiro emprego e quando o Tribunal Constitucional já chumbou. Isto não é combater a precariedade, é tolerá-la”, atirou Jerónimo de Sousa, acrescentando que a precariedade de combate “garantindo que a cada posto de trabalho corresponde um contrato de trabalho permanente, pondo fim ao banco de horas e acabando com a caducidade da contratação coletiva. Era esse o caminho que se impunha”.

Já António Costa garantiu que as políticas que o atual governo tem levado a cabo permitem o fim da precariedade. O primeiro-ministro exemplificou com a “redução dos fundamentos para o recurso aos contratos a termo, a redução dos contratos a prazo, ou a totalidade dos prazos da renovação dos contratos não poder ser superior à duração do primeiro contrato”.

“Esta é a primeira vez em muitos anos que há um acordo sobre a legislação laboral que visa reforçar a proteção coletiva do trabalho”, rematou António Costa. Mas Jerónimo de Sousa respondeu: “Ó senhor primeiro-ministro, alguém acredita que se isto fosse globalmente positivo para os trabalhadores, as confederações patronais tinham assinadado? Isso é ser ingénuo ou então é o senhor primeiro-ministro a enganar-se a si próprio”.