Angola. João Lourenço quer mais investimento estrangeiro

Presidente angolano concluiu hoje a visita oficial à Bélgica, depois de ter estado em França na semana passada

O presidente angolano concluiu hoje a visita oficial à Bélgica. João Lourenço visava com esta deslocação aprofundar o relacionamento com a Bélgica, numa segunda etapa da sua viagem pela Europa, depois de na semana passada ter estado em França. 

Num esforço para convencer empresários belgas a investir em Angola, João Lourenço anunciou em Bruxelas, perante uma plateia de investidores, que está a preparar um plano de privatização total ou parcial de algumas grandes e médias empresas públicas, incluindo o setor petrolífero e as telecomunicações. O presidente angolano assegurou que todo o processo de privatização será transparente e que todos os candidatos terão oportunidades e condições de acesso iguais.

“Visitem Angola. Vão conhecer o novo destino do investimento em África. Garantimos que ficarão encantados e atraídos pelas oportunidades que vão encontrar”, disse o presidente angolano citado pelo Jornal de Angola. “Angola é um país estável, acolhedor e com necessidade de investimentos em todos os setores da economia”, acrescentou.

João Lourenço pode até ter agradado aos presentes, mas quem não ficou convencida foi Isabel dos Santos, que voltou a atacar o chefe do governo de Angola. “Qual o investidor que vai entrar se não se dá autorização aos atuais investidores estrangeiros para levarem os lucros em dólares?”, questionou a empresária angolana, através da sua conta de Twitter. Isabel dos Santos referia-se, assim, às restrições cambiais impostas às empresas e trabalhadores que limitam a saída de dólares do país.

A confrontação entre a filha do antigo presidente José Eduardo dos Santos e João Lourenço já dura desde que o presidente angolano exonerou Isabel dos Santos do cargo de presidente do conselho de administração da Sonangol.

Apesar de João Lourenço não ter incluído uma visita a Portugal na sua passagem por Portugal, o presidente angolano já disse estar a aguardar ansiosamente a visita de António Costa. Uma situação que terá sido equacionável desde que Lisboa aceitou transferir para Luanda o dossier de Manuel Vicente, ex vice-presidente angolano julgado em Portugal por suborno a um procurador português no âmbito de Operação Fizz.