BPI convoca acionistas para aprovarem saída de bolsa

Instituição financeira liderada por Pablo Ferero quer também limitar os dividendos distribuídos aos acionistas a um máximo de 50% dos lucros.

O BPI convocou os acionistas para uma assembleia-geral no próximo dia 29 de junho, no Porto, com o objetivo de aprovarem a saída de bolsa do banco, uma vez que já detém mais de 94% do capital, bem como limitar a distribuição de dividendos entre 30% a 50% dos lucros. Além disso, a instituição financeira liderada por Pablo Ferero pretende reduzir o número de administradores no mandato 2017-2019 de 20 para 18, depois da saída de dois destes responsáveis – Vicente Tardio e Carla Bambulo que estavam em representação da Allianz, empresa que vendeu os 8% que detinha no BPI ao CaixaBank por quase 178 milhões de euros –  revelou num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Os acionistas vão assim validar, ou chumbar, a proposta de perda de qualidade de sociedade aberta. Caso receba luz verde, caberá ao CaixaBank comprar as ações aos acionistas que votarem contra a decisão. O valor será idêntico ao oferecido pelo CaixaBank no âmbito da oferta pública de aquisição: 1,45 euros. Um valor que tem sido apontada pela instituição financeira como sendo “justa e equitativa”, representando um prémio de 22,16% face ao preço médio ponderado das ações nos últimos seis meses terminados a 4 de maio (última sessão antes de informar sobre a intenção da retirada de bolsa).

Assim, a primeira proposta é “aprovar a perda de sociedade aberta do BPI (…), com a consequente atribuição de poderes a qualquer dos membros do Conselho de Administração para praticar todos e quaisquer atos necessários ou convenientes à plena execução desta deliberação, em particular quanto às respetivas formalidades de execução, tal como a submissão do requerimento de perda de qualidade de sociedade aberta junto da CMVM”.

O ponto dois a entrar na agenda da assembleia-geral prende-se com a diminuição do número de acionistas, depois de em 10 de maio passado. Esta medida visa, afirma o BPI, “a não substituição dos membros do Conselhos de administração” que, entretanto, saíram.

No ponto três da Ordem de Trabalhos constará a adoção de “uma política de dividendos a longo prazo”. Atualmente não está fixado qualquer limite máximo para a distribuição, mas o CaixaBank quer pôr fim a esta prática. Como tal prevê a “distribuição de um dividendo anual do exercício, mediante proposta a submeter pelo Conselho de Administração à assembleia-geral, tendencialmente situado entre 30% e 50% do lucro líquido apurado nas contas individuais do exercício a que se reporta, devendo o montante concreto a propor ser definido à luz de um juízo prudente que tenha em conta, face à situação concreta em que o banco se encontre, à satisfação permanente dos níveis adequados de liquidez e solvabilidade”.