Operação Lex. PJ faz buscas no escritório de Natércia Pina

Buscas arrancaram esta manhã

A Polícia Judiciária está esta quinta-feira a realizar buscas no escritório de Natércia Pina, arguida em processos de burla ao Estado e cliente do juiz Rui Rangel.

As buscas, realizadas no âmbito da Operação Lex, arrancaram esta manhã e ainda decorrem.

Este é o escritório onde se encontram pastas com informações que o SOL revelou em primeira mão no passado mês de março. Em causa estão documentos bancários, e-mails e registos contabilísticos que comprovam o esquema que o Ministério Público atribui a Rangel, e ao seu testa-de-ferro, para despistar pagamentos de despesas pessoais do juiz a troco de decisões judiciais favoráveis a certos arguidos.

Um e-mail que o SOL revelou na altura mostra a proximidade entre Natércia Pina e Santos Silva, o advogado que o MP suspeita que fosse o testa-de-ferro de Rangel neste esquema. Foi através de Santos Silva que Natércia entrou na 'rede' de clientes que o MP atribui a Rangel. "Cara amiga. Mais uma vez me vejo na necessidade  de lhe pedir um grande favor. Tenho que pagar hoje uma dívida que se vem arrastando desde setembro, ao lar onde está a minha mãe, pois foi o máximo de prazo que me deram e queria evitar que a minha mãe tivesse conhecimento desta situação irregular. São 450 euros. Veja se e como pode ajudar", lê-se no e-mail, datado de novembro de 2016. De seguida, o causídico enviou a Natércia as referências do cartão multibanco carregável: "O que conseguir mande, através do MB, no cartão com as referências: Entidade 21312, Ref.999752529. Muito obrigado. Bj"

Rui Rangel, o principal arguido neste caso, é suspeito dos crimes “recebimento indevido de vantagem, corrupção, branqueamento de capitais, tráfico de influência e de fraude fiscal”, revelou na altura a PGR.