Novo Banco com lucro de 61 milhões no 1.º trimestre

Um ano antes, a instituição financeira tinha registado perdas de 130,9 milhões. Este trimestre já o banco está na posse da Lone Star

O Novo Banco registou um lucro de 60,9 milhões de euros no primeiro trimestre, o que compara com o prejuízo de 130,9 milhões de euros dos primeiros três meses de 2017, revelou a instituição financeira em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Mas apesar das melhorias, a instituição financeira liderada por António Ramalho deixa uma garantia: “Estamos focados na recuperação sustentável e não nos lucros imediatos.”

Para este resultado contribuiu, segundo o Novo Banco, o “efeito positivo das atividades em descontinuação resultante, nomeadamente, a classificação da [seguradora] GNB Vida como atividade em descontinuação (mais 51,2 milhões de euros)”, mas esse impacto positivo foi “compensado com uma variação negativa em reservas de igual valor”.

“Sem este último efeito, o grupo Novo Banco teria apresentado um resultado positivo de 9,7 milhões de euros no trimestre”, diz o documento. Recorde-se que este é o primeiro trimestre em que o Novo Banco esteve na posse da Lone Star, já que o fundo americano comprou 75% da instituição financeira em outubro passado, ficando o Fundo de Resolução com os restantes 25%.

 O banco destaca ainda que o resultado operacional (antes de imparidades e impostos) foi de 130,2 milhões de euros entre janeiro e março, “mais do dobro do valor registado no período homólogo do ano anterior”, o que justifica com “os resultados de mercado e outros resultados de exploração”.

Mas já em termos de crédito e de depósitos, o Novo Banco perdeu terreno em março face ao último mês de dezembro. A carteira de crédito a clientes (em valores brutos, antes de imparidades) ascende a 31,3 mil milhões de euros, abaixo dos 31,4 mil milhões de três meses antes.

Já os depósitos totalizaram 28,6 mil milhões de euros no final do primeiro trimestre, um número inferior quando comparado com os 29,7 mil milhões registados em dezembro. 

O produto bancário foi de 252,2 milhões de euros, o que reflete um crescimento de 39,5%. O resultado financeiro caiu 18%, apesar do saldo positivo de 39,2 milhões de euros, mas as comissões cresceram 3,8%.

O banco continua a reduzir os custos operacionais, com destaque para a redução dos gastos com pessoal em 8,2%.

Perdas em 2017 No ano passado, a instituição financeira registou prejuízos recorde de 1395,4 milhões de euros, num ano em que constituiu mais de 2 mil milhões de euros de imparidades (provisões para perdas potenciais).

Face a este nível elevado de perdas, a instituição financeira ativou o mecanismo de capital contingente (negociado com o Estado português aquando da venda), pedindo que o Fundo de Resolução levasse a cabo um processo de recapitalização, o que aconteceu em finais de maio num montante de 792 milhões de euros.