Ex-gestor da campanha de Trump é forçado a prisão preventiva

Paul Manafort enfrenta novas acusações de obstrução à justiça. 

O ex-gestor da campanha eleitoral de Donald Trump, Paul Manafort, recebeu esta sexta-feira ordem de entrada na prisão, onde terá de aguardar o julgamento relacionado com crimes de lavagem de dinheiro e representação ilegal de governos estrangeiros nos Estados Unidos. Estas acusações são conhecidas desde dezembro e foram preparadas pela equipa do procurador especial às possíveis influências russas sobre a campana de Trump. 

A magistrada Amy Berman Jackson considerou que há indícios de tentativa de obstrução à justiça que justificam cancelar a fiança de 10 milhões de dólares que o responsável americano pagou em dezembro para evitar a prisão. Trump reagiu também esta sexta, queixando-se de uma de uma "sentença dura". Tentando dissipar as ligações a Manafort, o presidente americano lembrou que o político conservador trabalhou também com Donald Reagan e Bob Dole. 

Manafort, argumentam os procuradores americanos, entrou em contacto com duas testemunhas procurando convencê-las a não prestar depoimentos contra si. As novas acusações foram conhecidas no final da semana passada. Ambas as testemunhas têm alegadamente conhecimento dos serviços de loby que Manafort fez em nome do então governo ucraniano de Viktor Yanukovych – próximo aliado da Rússia, deposto na revolta Maidan de 2014. 

"Não estamos na escola preparatória", lançou esta sexta-feira Amy Berman, afirmando também que a procuradoria norte-americana não pode mais confiar em Manafort, nem mesmo sob medidas de coação mais severas. "Não posso levar-lhe o telemóvel", prosseguiu Berman, que incluirá as novas acusações de obstrução à justiça no processo do político americano que por vários meses dirigiu a campanha do atual presidente.