PSP preparada ‘para tudo’ em AG de ‘risco máximo’

Agentes só vão intervir em caso de ‘extrema necessidade’ e o policiamento será discreto, mas ‘musculado’.    

A PSP estará mobilizada em força na assembleia geral (AG) do Sporting, classificada como sendo «de risco máximo», ainda que o dispositivo – que sofrerá ajustes até ao último momento – possa passar despercebido à maior parte dos sócios. O Corpo de Intervenção vai estar de prevenção, pronto a atuar e ‘estacionado’ de forma discreta nas imediações do pavilhão Altice Arena, onde também estarão posicionadas várias Equipas de Intervenção Rápida (EIR).  

Além destes elementos mais ‘musculados’, na audiência da AG estarão agentes da investigação criminal à paisana e spotters – polícias que acompanham as claques durante todo o ano e que conhecem de perto os seus elementos. Fontes da polícia admitiram ao SOL que a PSP está «preocupada». Se, por um lado, as informações recolhidas não apontam para a possibilidade de confrontos ou de problemas de maior, por outro, a «imprevisibilidade» dos acontecimentos ligados ao Sporting nos últimos tempos causam apreensão. «Temos consciência de que tudo poderá acontecer e, nesse sentido, estamos preparados para tudo», explica uma fonte da PSP.  

Uma das preocupações da Polícia tem a ver com a presença, na reunião, de elementos da extrema-direita. No entanto, as últimas informações recolhidas no terreno dão conta de que estes adeptos não deverão causar problemas ou desacatos, apostando numa estratégia de «discrição». Ainda assim, e ao que o SOL apurou, há vários elementos das claques descontentes com a PSP desde a detenção, há cerca de duas semanas, do ex-líder da Juve Leo Fernando Mendes. Os adeptos não gostaram de saber, pelos jornais, que a PSP, com quem há troca de informações regulares, colaborou com a GNR na operação. 

O dispositivo de segurança para a reunião dos sócios do Sporting está a ser desenhado há várias semanas. Depois da habitual reunião entre a segurança do clube e a Polícia, houve várias reuniões internas da PSP, envolvendo o responsável de operações do Comando Metropolitano de Lisboa e o comandante da divisão de Benfica, além de membros dos spotters e das informações. A maior dificuldade foi definir o tipo de policiamento. «Para a Polícia são sempre momentos complicados. Se o dispositivo for fora do vulgar e demasiado visível, corremos o risco de ser acusados de excesso, mas se alguma coisa correr mal também somos responsabilizados», explica uma das fontes com quem o SOL conversou e que acrescenta:  «O plano é tratar da segurança com pinças e só intervir em caso de extrema necessidade».