Há um “império da precariedade” na ciência e ensino superior, diz o Bloco

Luís Monteiro, deputado do Bloco de Esquerda, afirma que  o governo está a defraudar as expectativas de estudantes, investigadores e professores precários

O Bloco de Esquerda (BE) vai interpelar na sexta-feira, no parlamento, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, por achar que existe nestas áreas um "império da precariedade". O partido de esquera defende que o governo está a defraudar as expectativas de estudantes, investigadores e professores precários.

Em declarações à agência Lusa, o deputado do BE Luís Monteiro antecipou a interpelação ao governo cujo tema escolhido pelos bloquistas foi a 'Precariedade na Ciência e funcionamento do Ensino Superior', com presença confirmada do ministro.

O deputado é perentório nas críticas aos reitores, acusando-os de "claro boicote" tanto no PREVPAP (Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública) como na aplicação da lei do emprego científico, o que faz com que este setor permaneça como "um género de Império da Precariedade".

"Há um defraudar de expectativas dos estudantes do ensino superior, dos investigadores, dos professores precários que está diretamente ligado à falta de eficácia e inoperância por parte deste ministério e com uma incapacidade de lidar com um conjunto de reitorias e com o Conselho de Reitores, que na verdade é que tem governado a área do Ensino Superior e da Ciência por muito que até fujam ao que tem sido o Orçamento do Estado e a lei", condenou.

Para Luís Monteiro, a interpelação a Manuel Heitor é "o momento para o Governo definir se vai continuar a apostar numa lógica de precariedade e dar mãos aos reitores ou vai aplicar a lei e ficar do lado destes investigadores, destes professores precários e destes estudantes".

"O BE é claro nisso: estamos do lado dos precários, dos investigadores, dos professores e dos estudantes que precisam de mais apoio. Esperemos que o Governo não falte a essa palavra", apelou.

Luís Monteiro espera que o Governo, na sexta-feira, "de uma vez por todas, consiga responder a um conjunto de questões" que o partido tem vindo a "colocar já de há dois anos e meio para cá e que ainda não estão resolvidas".