Mundial. Acabou a primeira fase, venha daí o mata-mata

A fase de grupos terminou com o apuramento de mais quatro equipas para os oitavos-de-final: Colômbia, Japão, Bélgica e Inglaterra. Em sentido inverso, despediu-se da competição o Senegal, a Polónia, o Panamá e a Tunísia

As vagas para os oitavos-de-final do Mundial2018 estão oficialmente preenchidas.

Na verdade, a Bélgica e a Inglaterra estão desde a 2.ª jornada desta fase de grupos com a passagem à fase a eliminar garantida, sendo que a discussão protagonizada ontem entre as duas seleções do grupo G visava apenas decidir qual das equipas seguia como líder e como 2.ª classificada. 

Por essa razão, e à semelhança do que aconteceu no jogo entre França e Dinamarca (neste caso, um empate, recorde-se, apurava as duas seleções), o encontro foi de pouco brilho das duas partes. Contudo, aos 51 minutos, Januzaj decidiu dar um presente aos adeptos que estavam nas bancadas (e que não se pouparam nos assobios) e fez um golaço, o único da partida, que levaria os belgas ao topo do grupo. 

Com 9 pontos em três jogos (9 golos marcados e apenas dois sofridos), esta é, diga-se, a melhor participação de sempre da Bélgica numa fase de grupos de um Mundial. De resto, depois de 2014, esta é a segunda vez que os belgas somam três vitórias nesta fase.

Para além do recorde pessoal, de sublinhar que a Bélgica voltou a derrotar a Inglaterra 82 anos depois. Antes de esta quinta-feira, a última vitória belga ante os ingleses remontava ao ano de 1936, num encontro de cariz amigável. Mais: esta foi ainda a primeira vitória da Bélgica em fases finais frente aos ingleses (até ontem somava dois empates e uma derrota).
Na próxima fase, Lukaku e companhia vão encontrar o Japão enquanto a Inglaterra vai medir forças com a Colômbia.

Inédito: Senegal eliminado pelo fair-play Momentos antes do Inglaterra-Bélgica, a Colômbia segurou a liderança do grupo H depois de bater o Senegal com um golo solitário de Yerry Mina, aos 74 minutos, e juntou-se ao trio de seleções sul americanas que já tinham garantido o apuramento para a próxima fase – Brasil, Argentina e Uruguai (o Peru foi a única seleção da CONMEBOL eliminada). Porém, a derrota, também por 1-0, do Japão ante a Polónia, seleção que já partia para a última jornada deste agrupamento eliminada, deixou os africanos e os nipónicos com os mesmos quatro pontos. Assim sendo, com os cafeteros a passar a primeira fase da prova pela terceira vez em Mundiais (1990, 2014 e 2018) faltava saber qual era o 2.º classificado deste grupo. 

Mas, para apurar os japoneses foi preciso recorrer ao sexto critério de desempate – referente ao fair-play, sendo que esta foi mesmo a primeira vez na história dos Campeonatos do Mundo em que o fair-play ditou a eliminação de uma seleção.
Isto porque, além de estarem empatados nos pontos, Japão e Senegal exibiam ainda um registo igual no que à diferença de golos diz respeito, no número de golos marcados, no maior número de pontos obtidos nos jogos entre as equipas empatadas, na diferença de golos nos jogos entre as equipas empatadas e, também, no maior número de golos marcados nos jogos entre as duas equipas. Ou seja, a decisão prendeu-se no maior número de pontos obtidos através do fair-play em todos os jogos do grupo. Basicamente, com menos dois cartões amarelos do que os africanos (seis cartões), os asiáticos (quatro) conseguiram seguir em frente no o 2.º lugar deste grupo.

De resto, desde o Mundial de 2010, ano em que este mesmo Japão e a Coreia do Sul atingiram os oitavos-de-final, que uma seleção asiática não estava na fase que antecede os quartos-de-final de um Campeonato do Mundo. Resta esperar para ver se o Japão irá, agora, fazer história já que das outras duas vezes que marcou presença nos oitavos-de-final (2002 e 2010) ficou sempre pelo caminho.