E se o Mundial de portugal acabasse como começou?

Se chegar à final, a equipa das Quinas deve, muito provavelmente, encontrar os espanhóis. Duelo ibérico seria um verdadeiro tira-teimas depois do empate no jogo inaugural entre as duas seleções.

E se o Mundial de portugal acabasse como começou?

Está oficialmente terminada a primeira fase deste Mundial 2018, competição que dá hoje o pontapé de saída para os oitavos-de-final. 

Cumprida a fase de grupos, a grande surpresa foi indubitavelmente a Alemanha, seleção que aterrou há duas semanas na Rússia como campeã do mundo e se despediu precocemente da prova no último lugar do seu agrupamento (F).  Uma situação de tal forma incomum que não acontecia há 40 anos: a Mannschaft ficou fora da prova na fase de grupos pela primeira vez desde 1978 (sendo ainda de referir que desde 1982 que os germânicos chegavam sempre, pelo menos, aos quartos-de-final).

De resto, esta eliminação surpreendente já está a ser vista como a continuação de uma maldição que se tem confirmado nos últimos anos. Pelo terceiro Mundial consecutivo, o campeão em título caiu na primeira fase: havia acontecido também em 2014, com a Espanha, e imediatamente antes, em 2010, com a Itália. 

«O futebol é um jogo simples. 22 homens disputam uma bola durante 90 minutos e, no final, os alemães ganham sempre». A célebre frase é da autoria de Gary Lineker, ex-futebolista inglês que foi lesto a fazer uma alteração à sua própria ideia depois de ver uma surpreendente Coreia do Sul bater os comandados de Joachim Löw por 2-0 na última jornada do respectivo grupo.

«O futebol é um jogo simples. 22 homens disputam uma bola durante 90 minutos e, no final, os alemães já não ganham sempre. A versão anterior foi confinada à história», reafirmou o agora jornalista desportivo da BBC. 

Lineker não foi, contudo, o único a falhar nas previsões relacionadas com este Campeonato do Mundo e, na verdade, o outro prenúncio era de muito maior interesse para os portugueses. 

É que, ainda durante esta primeira fase da Rússia 2018, o vaticínio ditado em 1997 pela famosa série norte-americana Os Simpsons tornou-se viral. 

Em causa, um episódio da série que mostrava a cidade de Springfield a reunir-se para assistir ao jogo final deste Mundial 2018. Nesse episódio, e embora não seja conhecido o desfecho do encontro derradeiro, a batalha para encontrar «qual é a melhor equipa do mundo» faz-se entre Portugal e o México!

A antevisão podia muito bem passar despercebida não fosse, todavia, a série dos bonecos amarelos ser já conhecida pela sua veia de vidente, cuja última prova disso mesmo culminou na eleição de Donald Trump como presidente dos EUA, um resultado que tinha sido profetizado num dos episódios.

Mas, neste caso em concreto e infelizmente para nós, este cenário já não é possível. 

O possível mata-mata português

Apesar de uma final entre a Seleção das quinas e os aztecas já não ser efetivamente um cenário possível de acontecer, pelo menos não neste Campeonato do Mundo, portugueses e mexicanos ainda podem vir a encontrar-se na fase a eliminar, mas na partida que antecede o jogo que vai coroar o novo campeão do mundo. 

Ora, para isso acontecer, o caminho é o seguinte: já hoje os comandados de Fernando Santos têm naturalmente de vencer os uruguaios nos ‘oitavos’, sabendo que, se o conseguirem, numa próxima fase, referente aos quartos-de-final, vão medir forças com o vencedor do encontro entre a França e a Argentina, partida, aliás, que já está a ser olhada como uma verdadeira final antecipada – ainda que a turma de Messi tenha deixado muito a desejar (e até podia ser, a par da Alemanha, uma das grandes surpresas pelas piores razões) na primeira fase. 

Depois, e em caso de Cristiano Ronaldo e companhia repetirem a vitória alcançada no Euro2016 sobre os franceses ou, num outro caso, sobre os argentinos, Portugal apura-se para a meia-final, jogo em que, aqui sim, pode marcar encontro com o México. 

Isto, claro, se, por sua vez, os americanos também conseguirem cumprir a sua parte: vencerem esta segunda-feira nos ‘oitavos’ o Brasil, um dos favoritos ao troféu, e, mais tarde, o vencedor do encontro entre a Bélgica (que fez na fase de grupos a sua melhor prestação de sempre em Campeonatos do Mundo depois de, recorde-se, vencer a Inglaterra, algo que não acontecia há 82 anos e que, aliás, nunca tinha acontecido em fases finais) e o Japão (seleção asiática que, recorde-se, conseguiu o apuramento para os oitavos-de-final de forma inédita após eliminar o Senegal com o critério do fair-play – teve menos dois cartões amarelos que o conjunto africano).

Fora da rota lusa até à final

No segundo caminho que estes oitavos-de-final apresentam, há a destacar o encontro entre a Espanha (líder do grupo que Portugal integrou) e a anfitriã Rússia. 

A par dos canarinhos, os espanhóis são outro dos favoritos ao título que está a ser disputado em solo russo e, em caso de confirmarem o favoritismo no jogo deste domingo, nos ‘quartos’ vão marcar encontro com o vencedor da partida entre a Croácia e a Dinamarca. 

Além disso, e ainda neste primeiro mata-mata, de destacar o jogo entre a Suécia e a Suíça. Os suecos continuam a vestir o rótulo de seleção revelação depois de já terem deixado, na fase de qualificação, a Itália de fora da fase final da prova, algo que não acontecia há 60 anos. 

Se a história começou a ser escrita antes de chegarem a solo russo, o desejo de continuarem a bater marcas por lá continuou. A Suécia terminou como líder do grupo que se tornou num pesadelo para os alemães, após bater os mexicanos por claros 3-0 na última jornada do Grupo F. 

Se esta terça-feira, dia em que defrontam os helvéticos, seguirem em frente, sabem que, depois, segue-se a Inglaterra ou a Colômbia nos quartos-de-final. 

Duelo ibérico na final: tira-teimas 

Com a disposição que estes oitavos-de-final ditaram, um cenário possível é uma meia-final entre Espanha e Inglaterra e, espera-se, no segundo jogo que antecede a finalíssima, Portugal e Brasil. 

Depois, se tudo acabar como começou, quem sabe, um confronto ibérico no dia 15 de julho para fechar este Campeonato do Mundo. Um verdadeiro tira-teimas depois do empate a três bolas no encontro inaugural. Não seria nada mau. E, afinal, os Simpsons ainda assim teriam alguma razão na sua profecia: sendo certo que a final não seria entre Portugal e o México, a verdade é que uma das seleções falaria português e a outra espanhol.