Acionistas do BPI aprovam saída do banco da bolsa

CEMG tinha saído em outubro do ano passado. BCP passa a ser a única instituição financeira no mercado de valores de Lisboa.

Nos últimos tempos têm sido várias as empresas a pedir a sua saída da bolsa. No caso da banca, chegou a haver seis instituições – BES, Banif, ESFG, BCP, BPI e Montepio –, mas agora, com a aprovação ontem pelos acionistas do BPI da saída de bolsa do banco, ficou apenas o BCP. 

A proposta para «a perda da qualidade de sociedade aberta do Banco BPI», feita pelo acionista do BPI, o espanhol CaixaBank, foi aprovada por 99,26% dos votos expressos em Assembleia Geral na Fundação de Serralves, no Porto. Na reunião estiveram  detentores de  95,08% do capital social. Com a confirmação da decisão – a oferta pública de aquisição (OPA) do CaixaBank já tinha ditado a exclusão do BPI do índice de Lisboa  em fevereiro de 2017 –, o BCP passará a ser o único banco na bolsa lisboeta.

No início do outono de 2017, tinha sido a Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) a sair da praça lisboeta. O seu acionista, Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), que agora detêm a totalidade da CEMG, tinha concluído com sucesso a OPA sobre o Montepio Geral. A entidade liderada por Tomás Correia conseguiu  ficar com  99,7% do capital do banco, valor mais do que suficiente para retirar o Montepio de bolsa e abrir a porta à entrada no banco de representantes da economia social. Caso a CEMG  continuasse a estar cotada em bolsa, teriam existido ainda mais obstáculos à definição do preço de entrada da Santa Casa, principalmente devido à volatilidade do preço das ações da instituição financeira.

Nova administração 

Ainda antes da OPA e pouco tempo depois da assinatura de um acordo entre a AMMG e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) no qual se previa «a possibilidade de uma participação da SCML na CEMG», o banco liderado na altura por  José Félix Morgado realizou um aumento de capital de 250 milhões de euros, totalmente subscrito pela AMMG.
Félix Morgado esse que viria a sair do banco na primavera deste ano. Depois de assumir funções em 2015 e com mandato até final de 2018, por divergências com Tomás Correia saiu mais cedo do cargo, atribuindo a saída da presidência executiva do Montepio a ter sido fiel aos princípios e por não ter cedido a «interesses».  

Carlos Tavares, ex-presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e também ex-ministro da Economia de Durão Barroso substituiu Morgado, acumulando as funções de chairman e temporariamente CEO da CEMG.