Protetores solares vão ser proíbidos no Havai

Lei vai entrar em vigor a partir de 1 de janeiro de 2021

O Havai vai proibir o uso de protetores solares que contenham oxibenzona e octixonato. A lei, que será assinada esta semana e que vai entrar em vigor a partir de 1 de janeiro de 2021, deve-se ao facto das substâncias químicas presentes nos protetores solares colocarem em causa os recifes de corais.

Aprovada em maio deste ano, a lei faz com que o Havai seja o primeiro local no mundo onde os protetores solares serão banidos, uma vez que estes só poderão ser usados através de indicação médica. A notícia, avançada pelo site VOX, adianta ainda que o governador, David Ige, vai assinar esta semana a legislação que está a ter uma oposição por parte das empresas do setor, já que estes defendem que, com a proibição dos protetores solares, as pessoas dificilmente se irão proteger dos efeitos nocivos do sol.

 De acordo com o Vox, os representantes que votaram a favor da legislação afirmaram que a oxibenzona e o octinoxato “têm impactos prejudiciais seignificativos no ambiente marinho e nos ecossitemas residentes do Havai, incluindo recifes de corais que protegem o litoral [do arquipélago] ”. Estes químicos têm morto os corais em desenvolvimento e aumentado o seu branqueamento, danificando também o ADN dos pólipos.

Em 2017, um estudo, levado a cabo por investigadores da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, chegou à conclusão de que 56% dos corais da Big Island foram branqueados, 44% dos corais do oeste do Maui também e ainda 32% dos recifes de Oahu.

Também em 2015, um estudo, publicado pela revista Archives of Environmental Contamination and Toxicology, demonstrou que a a oxibenzona, presente nos protetores solares, provocava deformações morfológicas nos corais, provocando uma danificação no seu ADN e fazendo com que o coral morra.

As substâncias químicas chegam aos recifes através dos mergulhadores que têm protetor solar sobre a pele, mas também através de descargas de esgotos.

Os recifes coloridos são uma forte atração turística no arquipélago do pacífico, mas são também fundamentais para a saúde de ecossistemas marinhos, já que, de acordo com o instituto Smithsonia,  muitas espécies marinhas, dependem dos recifes para se alimentarem e abrigarem.