ONG alemã denuncia bloqueio de operações de resgate de imigrantes

A Sea-Watch acusa, também, a União Europeia de não promover ações de salvamento, o que mostra que que “obviamente, as testemunhas não são bem-vindas”

A ONG alemã Sea-Watch denunciou, esta quarta-feira, que as autoridades de Malta bloquearam as operações de reconhecimento de um navio com migrantes e impediram ilegalmente, durante alguns dias, que uma das embarcações da ONG abandonasse o porto de Malta, para que fosse ao encontro dos migrantes no Mediterrâneo.

Sea-Watch aponta que, com este tipo de ações por parte das autoridades locais, as autoridades provaram que "obviamente, as testemunhas não são bem-vindas".

Numa publicação da organização, no Twitter, pode ler-se: "Cerca de mil pessoas ter-se-iam afogado, com certeza, se o nosso "Moonbird" não tivesse detetado no último segundo o naufrágio dos seus navios. Agora, esta ferramenta de resgate também é bloqueada pelas autoridades da União Europeia (UE), mesmo que estejamos a enfrentar os dias mais mortíferos desde o início dos registos."

O avião “Moonbird” tem realizado voos sobre o Mediterrâneo desde 2017, com o objetivo de alertar o Centro de Coordenação de Salvamento em Roma sobre navios à deriva. Quanto ao navio Sea-Watch 3, a ONG diz que este esteve retido durante três dias de forma ilegal.

A Sea-Watch acrescenta ainda que "neste momento, não há um navio adequado para resgate na área de operações, apesar do facto de o "Sea-Watch 3" estar bem equipado e pronto para navegar", devido ao facto de não existir embarcações de salvamento a operar nesta área, segundo a ONG. 

A ONG sublinha que a União Europeia deve promover as missões de salvamento, numa resposta à agência Lusa