Tailândia. Autoridades avançam a contra-relógio para salvarem os 12 rapazes

As previsões metereologócias anunciam o regresso da chuva. Se a chuva subir, as equipas de resgate não conseguirão enviar mantimentos nem contactá-los

Os esforços para resgatar os 12 rapazes e o treinador presos num complexo de grutas no norte da Tailândia não param. Apesar dos rapazes estarem de boa saúde, as operações de resgate estão em contra-relógio por as previsões meteorológicas previrem chuva para os próximos dias, aumentando o nível de água e diminuindo a bolsa de oxigénio que os tem sustentado. 

As autoridades tailandesas estão a ponderar três planos de resgate alternativos. O primeiro consiste em drenar suficiente água das grutas, mas com as chuvas esse plano dificilmente será exequível. O segundo passa por ensinar as 13 pessoas a nadar e a fazer mergulho para que, acompanhados por mergulhadores dos Navy SEALs tailandeses, possam percorrer os 2,5 quilómetros de gruta submersa que os separa da superfície. Por fim, o terceiro, também pouco exequível, passa por esperar até ao final da época das monções, entre setembro e outubro, quando a água diminuirá naturalmente, mas com as previsões de chuva tudo indica que não será possível. 

"Os socorristas têm de trabalhar rapidamente porque na sexta-feira chegará uma tempestade e se a chuva começar novamente, a caverna ficará totalmente inundada", explicou Ruengrit Changkwanyuen, coordenador das operações de resgate no terreno. "Se isso acontecer, então será quase impossível enviar mantimentos ou manter o contacto com eles".

Assim, o principal plano que as autoridades deverão colocar em prática será o segundo, pelo menos é neste sentido que todas as informações dadas indicam. Neste momento, os rapazes e o treinador estão a aprender a nadar e a mergulhar com os mergulhadores de operações especiais. 

Ontem, as autoridades tailandesas anunciaram estar em negociações com a Mermaid Subsea Services, empresa que fornece equipamento de mergulho, para fornecer máscaras de mergulho especiais. Com estas máscaras, as crianças não terão de usar o normal equipamento de mergulho de cara, evitando a aprendizagem de respirar com botijas de oxigénio. 

Na operação, e além das máscaras, os rapazes terão de usar fatos de mergulho, botas e capacetes, enquanto os mergulhadores se orientarão com uma corda de 8mm de diâmetro que já se encontra no local, explicou Changkwanyuen. 

Além da questão técnica, é necessário ter ainda em conta um elemento mais psicológico. Desde que foram encontrados que os rapazes criaram laços com os mergulhadores falantes de tailandês – as equipas de resgate têm elementos norte-americanos, britânicos, australianos e chineses. "Eles precisam de conforto, precisam de falar com alguém na sua língua materna, com alguém que os consiga manter calmos", disse Torsten Lechler, mergulhador que trabalha para a Mermaid Subsea Services. 

Entretanto, quatro mergulhadores e uma enfermeira mantêm-se junto do grupo 24 horas por dia. "Estamos a tratar deles como se fossem nossos filhos", disse Narongsak Osatanakorn, governador da província de Chiang Rai.