Governo madeirense vai processar a TAP

Miguel Albuquerque acusa a companhia de ter prejudicado “deliberadamente” o turismo na ilha com os atrasos e cancelamentos dos voos para a ilha

Os atrasos e cancelamentos dos voos da TAP para a Madeira vão custar à companhia de aviação um processo judicial por parte do governo regional. Miguel Albuquerque anunciou a intenção na terça-feira e esta quarta confirmou ao jornal Público que já tinha entrado em contacto com advogados.

“Esta manhã [quarta-feira] já pusemos o processo em andamento, e vamos avançar judicialmente contra a TAP, reclamando uma indemnização pelos elevados prejuízos à economia madeirense”, disse o presidente. Em causa estão os mais de 70 voo cancelados desde janeiro de 2018 que afetaram “deliberadamente” cerca de 10 mil passageiros para a região autónoma. O “deliberadamente” é usado por Albuquerque porque o presidente considera que os voos cancelados para a madeira são uma estratégia da companhia, uma vez que, por ser mais perto, torna-se mais barato cancelar voos para o arquipélago do que para outros destinos europeus, acrescentou.

Miguel Albuquerque considera “uma vergonha a forma como a TAP tem tratado os madeirenses” e acredita que a empresa está a prejudicar a economia da ilha nos últimos meses. “Numa altura em que a Madeira é eleita pelo quinto ano consecutivo como Melhor Destino Insular Europeu, e em que o ano passado foi o melhor de sempre para o Turismo, a TAP insiste em sabotar a economia regional”, acusa ainda.

Para além dos atrasos e cancelamentos que fazem os turistas perder dias de férias e voos de ligação, o presidente madeirense acusa ainda a TAP de, através de “uma política de preços em que pratica tarifas pornográficas para a Madeira e muito baratas para outros destinos concorrentes”, estar “a promover a concorrência”.