Invasão. Maduro alerta militares para não “baixarem a guarda”

O presidente Donald Trump sugeriu repetidamente aos seus conselheiros invadir-se a Venezuela

O presidente venezuelano Nicolás Maduro não ficou satisfeito com as notícias de que o presidente norte-americano Donald Trump tinha sugerido invadir o seu país no ano passado. “Uma intervenção militar da parte do império norte-americano nunca será a solução para os problemas da Venezuela”, disse Maduro durante uma cerimónia militar. E deixou um aviso às suas tropas: “Não podem baixar a vossa guarda nem por um segundo, porque vamos defender o direito que a nossa pátria sempre teve, que é viver em paz”. 

Ontem, a Associated Press divulgou que o presidente Trump sugeriu repetidamente, ao longo de 2017, a possibilidade de os Estados Unidos invadirem a Venezuela em reuniões com os seus conselheiros mais próximos e com outros chefes de Estado. Confrontados com esse eventual desejo, os conselheiros mostraram-se atónitos e tentaram, com todos os argumentos, dissuadir o chefe de Estado, segundo a agência. Entre os principais argumentos utilizados encontra-se a elevada probabilidade de tal ação militar hostilizar os aliados dos Estados Unidos na América Latina. Ainda assim, o presidente Trump afirmou publicamente, em agosto do ano passado, que a sua administração “tinha muitas opções para a Venezuela, incluindo uma possível opção militar, se necessário”. Declaração que na altura suscitou bastantes críticas dos seus aliados latino-americanos, ainda que, por vezes, veladas.

A opinião desfavorável dos seus mais próximos não dissuadiu Trump de o sugerir ao presidente colombiano Juan Manuel Santos e de voltar ao tema numa reunião, à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em setembro, com quatro líderes latino-americanos, incluindo o colombiano. Questionados por Trump se os líderes tinham a certeza que não o apoiariam numa possível invasão, responderam que não tinham dúvidas sobre as suas posições. 

Contactada pela AP para comentar a notícia, a Casa Branca recusou-se a fazê-lo, mas um conselheiro próximo de Trump afirmou, sob anonimato, que o executivo continua a ponderar todas as opções para restaurar a democracia e a estabilidade na Venezuela, incluindo a militar.