EUA. Recrutas que são imigrantes estão a ser “silenciosamente” dispensados

Segundo um programa de  George W. Bush, depois do atentando de 11 de setembro, os imigrantes legais que tivessem vontade de alistar-se podiam fazê-lo

O governo dos Estados Unidos está a dispensar membros do exército que sejam imigrantes “sem razão aparente” e de forma a não gerar aparato por parte dos média, segundo avança a Agência Associated Press. Não se sabe ainda o total de soldados dispensados, mas pelo menos 40 já recorreram a advogados para levar o caso a tribunal.

A agência conseguiu alguns testemunhos de ex-membros do exército, entre eles está Lucas Calixto, brasileiro, que afirmou que o seu sonho era “servir nas forças armadas”. O imigrante confessou que os EUA sempre fora um país “bom”, considerando que “o mínimo que podia fazer era apoiar o país de acolhimento, servir como militar os Estados Unidos".

O jovem brasileiro foi com 12 anos para os EUA e vive agora em Massachusetts. Quando se alistou, disse ser por “patriotismo” e confessou que tudo aquilo que conseguiu “foi por água abaixo”

Na maioria dos casos, os recrutas garantem que não lhe foi dada qualquer razão para serem dispensados e em outros, a justificação dada foi serem “considerados um risco para a segurança”.

Segundo um programa de  George W. Bush, depois do atentando de 11 de setembro, os imigrantes legais que tivessem vontade de se alistar poderiam fazê-lo.

Uma advogada especializada em assuntos de imigração, Margaret Stock, revelou que tem recebido vários pedidos de militares dispensados “sem razão”. A advogada confessa que "desde 1775 que os imigrantes têm prestado serviço militar”, acrescentando ainda que os EUA não teriam “ganho a revolução sem imigrantes”, portanto também não vão “vencer a guerra global contra o terrorismo de hoje sem os imigrantes".