Os 150 minutos de Obama no Porto

PSP empenhou todos os meios na segurança. Conferência decorreu sem incidentes e com Obama a emanar otimismo.

Foram só umas horas, mas a visita de ontem do ex-Presidente americano ao Porto foi suficiente para dar trabalho às forças de segurança. A participação de Barack Obama na Climate Change Leadership Summer 2018 mobilizou todas as valências da PSP no aeroporto, no centro do Porto e em todas as ruas por onde o ex-Presidente passou. O momento mais crítico da operação aconteceu por volta das 13 horas, quando Obama passou junto à Câmara do Porto. «Era um espaço aberto e bastante amplo. Por isso, inspirou maiores cuidados», descreveu uma fonte do comando da PSP do Porto ao SOL.   

Se para o SIS, que mede o grau de ameaças reais, a visita relâmpago de Obama estava avaliada em grau três, que significa «risco significativo», a PSP atribuiu ao evento o nível 4 (numa escala crescente de um a cinco), tendo por base a «complexidade» da operação, conduzida pela 1ª divisão e que mobilizou todas as valências da polícia. A deslocação ao Porto acabou por correr «sem qualquer incidente» e com o desabafo de alguns polícias: «Tanta mobilização para tão pouco».     

Na intervenção de Barack Obama, que decorreu no Coliseu do Porto entre as 15 e as 16 horas, perante uma plateia de cerca de 2200 pessoas – boa parte quadros de empresas que se associaram à iniciativa organizada pela Taylor’s, Câmara Municipal do Porto, Associação Comercial, Instituto da Vinha e do Vinho, The American College in Spain e a americana Advanced Leadership Foundation –, o ex-Presidente não deixou de dar algumas alfinetadas a Donald Trump no que diz respeito ao Ambiente. «A má notícia é que o meu sucessor no cargo não concorda comigo e, portanto, houve iniciativas que nos levaram a retroceder no que já tínhamos feito», afirmou, deixando uma mensagem de esperança no futuro: «Há uma boa notícia: o único país que saiu do acordo até agora foi o meu. E acredito que as atitudes dos EUA vão, no futuro, voltar a alinhar-se com a ciência». Mesmo a terminar a conferência, Obama ainda disse: «A grande maioria das pessoas são boas e decentes». Na mesma conferência, falaram  Mohan Munasinghe, ex-Vice-Presidente do IPCC e Nobel da Paz, e Irina Bokova, ex- diretora-geral da UNESCO.