NBA. O King mudou o lugar do trono: agora, vai reinar no Oeste

Aos 33 anos, LeBron James disse adeus pela segunda vez – e provavelmente última – ao Cleveland Cavaliers. O próximo destino será LA: na mala está o desejo de devolver os Lakers à glória… e estão também os 132 milhões de euros que vai receber por quatro anos de contrato. É a terra das oportunidades…

NBA. O King mudou o lugar do trono: agora, vai reinar no Oeste

Era uma hipótese já há algumas semanas aventada com insistência na comunidade da NBA e confirmou-se finalmente na última segunda-feira: LeBron James vai jogar na próxima temporada – aliás, nas próximas três, tendo ainda mais uma de opção – nos Los Angeles Lakers. Aos 33 anos, o jogador mais valioso da maior liga de basquetebol do mundo decidiu deixar pela segunda vez (e provavelmente última) a sua casa: os Cleveland Cavaliers, que representou de 2003 a 2010 e, depois, de 2014 até este verão. Abraça, agora, um novo desafio, apontando à conquista do tão desejado anel de campeão – em 15 anos como profissional, conseguiu-o ‘apenas’ três vezes (2012 e 2013, ambos nos Miami Heat, e 2016, já no regresso aos Cavs).

A mudança envolveu, como seria de esperar, valores milionários – quase pornográficos, na verdade. Pelas quatro épocas, o King vai receber 154 milhões de dólares (cerca de 132 milhões de euros). São 33 milhões de euros por ano, 2,7 milhões por mês, 633 mil euros por semana, 90 mil por dia, 3,4 mil por hora, 62 euros e 4 cêntimos por minuto e 1,04 euros… por segundo. O salário, refira-se, será evolutivo: 30,5 milhões de euros no primeiro ano, 32 no segundo, 33,6 no terceiro e 35 no quarto (opcional). Números realmente impressionantes, que contribuem ainda mais para engrandecer a lenda daquele que é considerado por muitos já o melhor jogador da história da modalidade – inclusivamente à frente do mítico Michael Jordan.

 

Kobe aplaudiu, Zlatan… foi Zlatan

A notícia mereceu, desde logo, a aprovação da maior figura de sempre dos Lakers: Kobe Bryant, que conquistou o ouro olímpico ao lado de Lebron James em 2008 e 2012. Assim que soube da contratação do King James, o antigo base, campeão por cinco vezes pelo conjunto de Los Angeles, deu as boas-vindas ao reforço e os parabéns ao presidente Magic Johnson e ao diretor-geral Rob Pelinka pela concretização do negócio.

E não foi o único a manifestar-se: é que, agora, ao falar de Los Angeles torna-se obrigatório pensar em Zlatan Ibrahimovic, que desde fevereiro alinha nos Los Angeles Galaxy. O polémico avançado sueco, claro, também foi lesto a reagir à transferência… e não fugiu do seu estilo. «Agora, LA tem um deus e um rei», disparou, referindo-se (obviamente) a si próprio como a figura divina.

E, se os milhões atrás referidos o fizeram pôr as mãos na cabeça, saiba o caro leitor que, apenas 40 minutos depois do anúncio de que LeBron James ia reforçar os Lakers, a Fanatics (o maior vendedor autorizado do mundo) já tinha recordes de encomendas para a camisola do novo astro de Los Angeles. Nas primeiras três horas, os relatórios de vendas apontam para um aumento de 600 por cento em comparação com a venda da camisola de LeBron James em julho de 2014, quando anunciou o regresso a Cleveland.

 

Cavs ponderam retirada do 23

Quatro vezes MVP da época regular da NBA (2009, 2010, 2012 e 2013) e três vezes das finais (2012, 2013 e 2016), LeBron James estava livre desde a sexta-feira anterior, quando rejeitou uma oferta de 35,6 milhões de dólares (cerca de 30,8 milhões de euros) por parte dos Cavs. Na época que agora finda, o 23 (número que continuará a envergar nos Lakers), carregou o conjunto de Cleveland às costas até à final com os Golden State Warriors. A terceira derrota nos últimos quatro anos, todavia, seria a gota de água para o menino-homem de Akron, Ohio, que ali percebeu o fim de uma era nos Cavs.

Era tempo de mudar, e LeBron mudou. Na 16.ª temporada na NBA, irá pela primeira vez na carreira jogar numa equipa da Conferência Oeste, sempre com os olhos postos no título – e nos embates com os Golden State, sua besta negra nos últimos anos. Os Lakers são a segunda equipa mais vitoriosa da história da prova (16 títulos, só atrás dos Boston Celtics, que têm mais um), mas já não conquistam a glória máxima desde 2009/10. Nas últimas cinco temporadas, de resto, falharam mesmo a presença nos playoff. Apostam, agora, numa reformulação total do elenco. Depois de LeBron, já se fala de movimentações por Kawhi Leonard, base dos San Antonio Spurs; DeMarcus ‘Boogie’ Cousins, poste dos New Orleans Pelicans, também era apontado como iminente reforço, mas foi entretanto assegurado pelos Golden State.

Chegue quem chegar, a equipa será sempre construída à volta de LeBron James. A última temporada foi provavelmente a sua melhor da carreira em termos individuais – o King cumpriu pela primeira vez os 82 jogos da época regular, com médias de 27,5 pontos, 8,6 ressaltos e um recorde de carreira de 9,1 assistências.

Na hora da oficialização da mudança para a California, LeBron recebeu elogios de Dan Gilbert, o proprietário do Cleveland Cavaliers com quem mantinha uma relação complicada nos últimos anos. Ao contrário do que havia feito em 2010, quando James se mudou para os Miami Heat, Gilbert reservou apenas palavras de agradecimento para o jogador e prometeu até considerar a retirada da camisola 23 no futuro.