Greves na aviação voltam este mês

Os tripulantes de cabine da Portugália vão parar de 11 a 16 de julho. Depois nos dias 25 e 26 é a vez da Ryanair.

O mês de julho volta a ser sinónimo de greves na aviação. A paralisação arranca com os tripulantes de cabine da Portugália Airlines entre 11 e 16 de julho, depois é a vez dos tripulantes da Ryanair  nos dias 25 e 26 de julho, revelou o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC). 

Na origem da greve dos tripulantes de cabine da Portugália Airlines – que em meados de 2007 foi integrada no Grupo TAP, assumindo um novo modelo de negócio – está a discriminação em relação a outros trabalhadores do grupo TAP, nomeadamente em termos de horário. «Não estão a ser concedidos os mesmos direitos, as mesmas formas de tratamento», diz o sindicato.  

De acordo com o mesmo, a empresa trata de forma diferente outros trabalhadores do grupo, concedendo-lhes horários de trabalho não penalizantes psicologicamente, fisicamente e a nível pessoal e familiar relativamente aos tripulantes de voo da Portugália. «Os trabalhadores e os tripulantes de voo da Portugália têm horários muito penalizantes que causam extrema fadiga e têm levado a um aumento das baixas médicas». 

Já com a Ryanair trata-se de uma greve europeia que irá afetar Portugal, Itália, Espanha e Bélgica. A decisão foi tomada numa reunião, em Bruxelas, entre vários sindicatos europeus para exigirem que a companhia de baixo custo aplique as leis nacionais e não a irlandesa, disse o SNPVAC. 

Os tripulantes de cabine reivindicam ainda a igualdade de condições de trabalho, em particular ao nível da remuneração, quer para os trabalhadores contratados pela Ryanair, quer pelos vinculados à Crewlink ou à Workforce, empresas que trabalham com a empresa de aviação.

O sindicato garante que «as respostas da Ryanair continuam a ser as mesmas, que é querer impor regras contrárias à lei portuguesa», acrescentando que a empresa «tem de respeitar a soberania portuguesa, mas não respeita quer a portuguesa, quer a espanhola ou a belga».

Já em abril os sindicatos avisaram a empresa irlandesa que era preciso mudar a política laboral da empresa de aviação low-cost para evitar uma greve concertada em vários países europeus. A data dada à empresa para fazer as alterações foi junho.

A Ryanair tem estado envolvida numa polémica desde a greve dos tripulantes de cabine de bases portuguesas por ter recorrido a trabalhadores de outras bases para minimizar o impacto da paralisação, que durou três dias, no início de abril. As alegadas substituições ilegais levaram à intervenção da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).