Triatlo. Melanie Santos cultiva na Hungria o estatuto de papa-medalhas

Depois de conquistar o ouro na primeira presença portuguesa nos Jogos do Mediterrâneo, a triatleta do Benfica ficou em segundo na Taça do Mundo, só atrás da campeã europeia

Melanie e o metal que lhe sabe tão bem. Este domingo, a triatleta do Benfica venceu a medalha de prata na Taça do Mundo que decorreu no fim de semana em Tiszjauvarus, na Hungria. Melanie Santos fez o tempo de 59m18s, sendo superada somente pela campeã europeia, a britânica Sophie Coldwell, que terminou a prova em 59m02s.

Esta prata surge duas semanas depois do ouro conquistado nos Jogos do Mediterrâneo, decorridos em Tarragona, Espanha, e que este ano contaram pela primeira vez com a participação de Portugal. A primeira medalhada lusa de sempre na competição foi a atleta de 22 anos, que optou pelo triatlo depois de se ter cansado de praticar apenas natação e que se encontra no segundo ano da licenciatura em Marketing e Comunicação na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa. Curiosamente, logo a seguir a Melanie vencer o ouro em Tarragona, o seu namorado, João Pereira (tricampeão europeu) viria a imitá-la.

Nascida em Basileia, Suíça, e com a curiosidade de até no nome ter um metal daqueles por que costuma lutar – chama-se Melanie Bronze dos Santos –, a triatleta tinha dado nas vistas já no passado, quando conquistou outra medalha de prata nos Mundiais de sub-23 que decorreram na Holanda em setembro. É treinada por Lino Barruncho, antigo vice-campeão do mundo de duatlo e ex-treinador de Vanessa Fernandes.

Foi ele que levou Melanie Santos a dedicar-se a sério à modalidade, como a própria explicou à Agência Lusa logo após a vitória nos Jogos do Mediterrâneo. “Eu tinha deixado a natação. Estava cansada de contar azulejos. E gostei do triatlo, mas ao fim de semana às vezes nem treinava. Até que o Lino me encostou à parede e perguntou: ‘Menina, isto é a sério ou não?’ Agora é a sério e ele sabe isso. Quando estou em prova, sei que há pessoas que gritam ou aplaudem, incentivam, mas procuro estar focada. Só ouço a voz do meu treinador”, revelou então, descrevendo o que a apaixona no triatlo: “É inovador e muito completo. Gostava muito de ser profissional disto. Comecei a crescer e a ambição também. Não é fácil gostar, mas eu gosto muito apesar de se sofrer. Sofre-se porque às vezes os tempos ou os resultados não aparecem logo apesar de se treinar muito. Aprende-se a ter paciência.”

Por agora, parece que a paciência vai dando os seus resultados para Melanie. No horizonte da jovem triatleta está Tóquio 2020 e a estreia nos Jogos Olímpicos, depois de ter falhado por muito pouco o apuramento para o Rio de Janeiro em 2016.