Lesados do Banif querem criar fundo à revelia da CMVM

Entre os lesados do Banif estão 3500 obrigacionistas, em grande parte oriundos das regiões autónomas da Madeira e dos Açores que perderam 263 milhões de euros.

A Associação de Lesados do Banif (ALBOA) quer criar de imediato um fundo de recuperação de créditos à revelia da decisão da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), anunciada há duas semanas no parlamento.

Entre os lesados do Banif estão 3500 obrigacionistas, em grande parte oriundos das regiões autónomas da Madeira e dos Açores que perderam 263 milhões de euros.

Além destes, há ainda quatro mil obrigacionistas Rentipar ('holding' através da qual as filhas do fundador do Banif, Horácio Roque, detinham a sua participação no banco), que investiram 65 milhões de euros, e outros 40 mil acionistas, dos quais cerca de 25 mil são da Madeira.

Entre os argumentos da ALBOA para avançar para o fundo à revelia da CMVM, estão o facto de “o ‘misseling’ ser apenas uma expressão que nem sequer existe” no ordenamento jurídico português, e “nem é um instituto que tenha servido de base a qualquer sentença” em Portugal.

Após a resolução do Banif, em 2015, parte da sua atividade foi adquirida pelo Santander Totta por 150 milhões de euros, tendo sido ainda criada a sociedade-veículo Oitante, para onde foi transferida a atividade bancária que o comprador não adquiriu.