Líder da JSD quer impedir políticos corruptos de exercer cargos públicos

Margarida Balseiro Lopes acredita que a medida pode aproximar os cidadãos da política

Líder da JSD quer impedir políticos corruptos de exercer cargos públicos

A líder da JSD, Margarida Balseiro Lopes, defendeu esta quarta-feira que os políticos que tenham sido condenados por corrupção deixem de poder exercer funções públicas durante dez anos.

No almoço-debate organizado pelo International Club of Portugal, e com Rui Rio e Luis Montenegro a assistir, a deputada social-democrata afirmou que a falta da confiança na classe política, que é “reforçada com os casos de corrupção”, é a primeira razão para o afastamento dos cidadãos da política em Portugal.

“É verdade que hoje Portugal está muito mais intolerante e atento aos abusos e aos prevaricadores, mas há ainda um longo caminho a ser feito para a regeneração do regime”, disse reforçando que a corrupção “não é exclusiva à classe política”.

E, por isso, Margarida Balseiro Lopes defende que “os prevaricadores” sejam penalizados e não possam exercer funções públicas durante pelo menos dez anos. Para a deputada, esta medida irá acabar com a teoria popular de que os políticos são “todos iguais”, acredita.

"Orgulho-me de o meu partido ter dado um sinal muito recentemente, ao ter acolhido uma proposta feita pela JSD para expulsar todos os militantes que sejam condenados pela prática deste tipo de crimes. É fundamental credibilizar o sistema e defender a democracia", reforçou a jovem deputada.

Para além da corrupção, Balseiro Lopes lamentou também a falta de formação política e cívica que existe na educação portuguesa, uma vez que os jovens terminam a escolaridade sem perceber como funciona o sistema político português ou quem são os dirigentes políticos.

A líder da JSD criticou ainda o eleitoralismo e o populismo que se vive atualmente. “O eleitoralismo é hoje uma forma de fazer política, associado a uma grande dose de populismo e irresponsabilidade, em que se protelam no tempo decisões urgentes, em que se tomam opções sem acautelar o seu impacto ou pegada geracional”, afirmou, dando como exemplo a proposta de redução para as 35 horas de trabalho no setor de saúde.